Por uma vez. Procuro outras leituras. Passo na Tabacaria e " As Aventuras do Miguel" levaram-me à compra. A leitura foi uma surpresa: "MEC na Sábado". Um membro da direcção diz que Miguel Esteves Cardoso é um génio do jornalismo português. Génio ? do jornalismo português ?
Até acredito que o MEC tenha carteira profissional, mas, apesar de todo o respeito que tenho por ele e pelas suas crónicas, penso que nunca tenha ido à procura de uma notícia, de uma reportagem. Entrevistas? sim, algumas. E uma delas é publicada nesta edição de "Sábado"- feita a Francisco Louçã.
Eu não a apresentaria como exemplo de entrevista. É mais um exercício literário, esteticamente perfeito, mas duvidoso do ponto de vista ético, sobretudo porque, logo a seguir, diminui o seu entrevistado numa crónica completamente reprovável, embora de bom estilo.
De resto, não é apenas MEC que trata mal Louçã. A direcção da revista ataca o Bloco de Esquerda, retirando do contexto frases do seu dirigente para, com uma forma verdadeiramente infantil, ingénua, "assustar" a classe média com o fantasma da "ruptura com o capitalismo" e as alterações ao "modelo de sociedade".
Lendo esta espécie de editorial percebe-se o fascínio da Direcção pela presença de MEC.
A leitura da entrevista do Ferreira Fernandes ao Miguel Sousa Tavares compensa. Ainda bem que nenhnum deles é apresentado como génio. Acredito mesmo que, continuando a escrever tão limpo como escreve na sua coluna de opinião, na última página da Revista, Ferreira Fernandes venha a ter algumas dificuldades em conviver com tanto génio.
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