terça-feira, janeiro 18, 2005

Os Tabús de Cavaco Silva

Confesso que nunca percebi muito bem as estratégias do prof. Cavaco Silva. Acho mesmo que ele, há dez anos, foi empurrado para a candidatura à Presidência da República com argumentos ligados ao dever de servir o partido e a Pátria.

Na verdade, não tem vocação para Presidente da República. Um presidente - em Portugal - não manda, não comanda, promulga e, para dissolver a Assembleia da República tem que encontrar um primeiro-ministro igual ao ex-presidente da Figueira.

Ora, essa não é a vocação de Aníbal Cavaco Silva. Ele gosta de mandar, mandar promulgar e comandar. Quanto à Figueira é apenas uma breve recordação na sua vida - foi lá fazer a rodagem de um carro novo.

Apesar de tudo , o prof. é apresentado desde há anos como o candidato natural da direita à Presidência da República. Será ele - afirma-se em tom comicieiro - que cumprirá o grande desígnio de "um assembleia, um governo, um presidente", anunciado noutras idades por Sá Carneiro.

São os outros que o dizem e ele encolhe os ombros. Mais do que isso: já demonstrou de formas claras não querer nada com o PSD. E não é apenas o PSL (SL, de Santana Lopes). Qualquer PSD. Estou fora, vai dizendo. Mesmo que não se possam colocar as aspas, as mensagens são claras. E porque será?

É muito fácil: o prof.dr. Aníbal Cavaco Silva não queria, de facto, concorrer à Presidência das República. Ele queria ser o Presidente da Comissão Executiva da União Europeia e foi traído por Durão Barroso e por todo o PSD.

Este foi um verdadeiro tabú, revelado agora por alguém muito próximo dele e longe da Comunicação Social, geralmente bem informada.

Aqui estão - afinal - as razões de todas as provocações , já que Santana sabe que Cavaco Silva não quer ser candidato - nem agora nem depois, quando ele andar à procura de um senhorio que lhe alugue uma casa com renda a perder de vista.


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