A crise política portuguesa, que já se arrasta há demasiado tempo, está a ter consequências verdadeiramente surpreendentes. Em alguns casos, delirantes. Atente-se na repentina capacidade de unidade dos patrões - todos juntos para pressionar o poder político, que ainda não rstá definido, mas cujo retrato começa a ser pintado nas sondagens tornadas públicas e nas outras também.
É um verdadeiro desaforo porque aparecem em alturas de crise a apontar as pistolas, de rostos façanhudos, a exigir menos despesas sociais, menos estado, cada vez menos, mas não explicam onde meteram os resultados de trinta anos de trabalho com um taxa de produtividade que eles nunca especificam.
Estes mesmos patrões que aparecem a condicionar o poder político, a sair da vontade livremente expressa pelo povo, não explicam as falências fraudulentas, a má gestão das empresas, a pouca qualificação dos seus quadros e trabalhadores. Não explicam os seus altos níveis de vida, seus e dos seus gestores.
Não explicam, mas exigem. E fazem-no porque já dominam quase tudo.
Já é tão evidente o seu domínio sobre a Comunicação Social que uma das revistas deles apareceu com a ideia delirante de constituir "um governo de sonho" em que aparecem alguns nomes de gestores considerados grandes sumidades.
A Revista, que se chama Exame, só não fez uma coisa, as contas. Quanto custaria um Governo daqueles?
O Estado teria dinheiro para lhes pagar?
Até porque alguns deles começariam por estabelecer percentagens comissionistas sobre todo os negócios em que participassem.
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