Finalmente uma produtora cinematográfica resolveu levar a cabo uma super-produção cinematográfica, contando a história de um verdadeiro herói nacional. Hoje as televisões apresentaram os bastidores de algumas das cenas do emocionante filme, interpretado por António Mexia. O homem a anunciar o futuro - sim, porque a estória conta a história toda, incluindo a dos 16 netos de Nuno Álvares Pereira e a sua caminhada gloriosa até S. Bento, entretanto já liberta dos mouros por Afonso Henriques, ajudado por D. Jorge Nuno Pinto da Costa.
O protagonista foi apresentado a dizer que lá para o ano dois mil e 15 (será?) toda a gente pode ir de Lisboa ao Porto em uma hora e quinze - menos tempo do que um jogo de futebol. Portanto, quem tiver o papel necessário já pode ser sócio do FCP e viver na Amadora.
O interesse do enredo está, de resto, nas suas subtilezas, representadas nesta fala do verdadeiro herói português, quando salientou que tem de haver equilibrio entre o português contribuinte e o português utilizador. Nos bastidores houve quem defendesse uma fala mais directa:"estamos aqui para vender, portanto, quem utiliza, paga - é o princípio do utilizador - pagador".
Estou, todavia, informado que o autor do texto insistiu e ganhou contra tudo e contra todos, contra ventos e marés. Por isso é que os pés de microfone, que se veêm atrás do herói estão tão pouco entusiasmados. Já lhes custa acreditar na históra do D. Nuno, quanto mais nesta de uma ponte e de um comboio áquela velocidade.
Como informação de última hora, crê-se agora que a super-produção pode estar em causa porque os patrocinadores entendem os gastos excessivos para tanta fantasia. Eles também não acreditam.
Que havemos de fazer? Vamos ficar sem a tal superprodução que tanta falta faz à história do nosso cinema - quase toda realizada pelo mestre Manuel Oliveira, produtor, interprete, e realizador de "a história do princípe que batia na mãe", mas se recusava a usar símbolos nazis nas festas que fazia em casa do Duque de Viseu, com a senhora do dito - filme que é o verdadeiro começo da sua carreira.
Com esta descoberta fica também resolvido um dos grandes mistérios do nosso tempo: se a carreira de MO não tem fim, será que teve princípio?
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