Há por todo o lado, sobretudo na blogoesfera, um grande frenesim na procura das grandes mentiras do nosso tempo. Nos chamados instrumentos de comunicação de massas essa preocupação já há muito desapareceu e não vale a pena falar deles enquanto instrumentos de debate.
É que, de uma forma geral, estão ao serviço das grandes mentiras e até das pequenas.
O Grupo Portugal Telecom, o maior grupo empresarial português, fez anunciar em grande parangonas dois programas de envolvimento do grupo com as famílias dos seus colaboradores.
Um deles diz respeito à facilidade de cada colaborador adquirir, por um período de quatro anos, um computador portátil, sem qualquer encargo: Findos os quatro anos, o colaborador obriga-se a pagar um valor residual do equipamento, "que venha a ser estipulado".
Esta e outras condições ainda se percebem. O que não se entende é o nº2 do Artigo 2º (Condições de aplicação), do respectivo regulamento:
"podem candidatar-se os colaboradores, referidos no número anterior, com rendimento per capita inferior ou igual a 5oo,oo Euros, apurado com base na última declaração de rendimentos".
Ora aqui está uma pequena mentira de que são feitos os nossos dias. Para quê tanta conversa do presidente do maior grupo empresarial português para oferecer uma coisa que nenhum dos colaboradores que preencham aquela condição vai poder aceitar? Com aquele rendimento ningém tem dinheiro para assumir "a responsabilidade de todos os encargos mensais decorrentes da adesão ao SAPO ADSL". Além disso, o tempo é pouco para outro emprego que lhe garanta a subsitência da família.
Francamente, dr. Miguel Horta e Costa, os seus consultores de imagem, a JLM, estão a perder qualidades. Ou será que têm a certeza de que nenhum órgão de comunicação social vai falar destas condições, decididas na reunião de 04.12.15 da Comissão Executiva, deixando prevalecer a ideia de que as preocupações da PT são reais?
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