O que está a contecer nos CTT pode(?) ou deve(?) ser considerado crime público? A Procuradoria Geral da República tem que ser solicitada a intervir ou pode e deve fazê-lo por iniciativa própria, face a evidências públicas de gestão danosa de património público?
São muitas interrogações - mas são as que me assaltam face às informações que vão sendo confirmadas e segundo as quais, o actual conselho de administração dos CTT está a desbaratar, a esbanjar, a grande oportunidadade que teve para reforçar, nos últimos dois anos, um empresa de referência em Portugal e até na Europa.
Os CTT estão a receber do Estado entre 120 e 130 milhões de Euros por ano, graças à transferência do seu fundo de pensões para a Caixa Geral de Aposentações, feita por Manuel Ferreira Leite . Por essa transferência, os CTT deixaram de transferir aquelas quantias e, em contrapartida não tiveram, sequer que alienar património.
E o que faz o CA dos CTT com este presente caído do céu. A maior parte da sua actuação é pública: publicidade a rodos - o que permite ao seu presidente aparecer em constantes entrevistas nos jornais -, mudanças de imagem com custos exorbitantes e aumentos salariais extraordinários para os amigos, numa altura em que o país está quase negociar um lugar de pedinte na esquina de um maremoto.
Vejamos: quando este CA entrou em funções, as chamadas primeiras linhas da empresa auferiam mensalmente uma média de 5.000 Euros. Os que as ocupavam foram atirados para as prateleiras e foram substituídos por amigos dos novos "patrões", com vencimentos aumentados para mais de 6.000 Euros.
Em simultâneo foram sendo admitidos através de empresas privadas jovenss quadros, sem concursos, sem coisa nenhuma, apenas com o cartão do PSD ou com a simpatia do presidente.
No final deste ano, as actuais primeiras linhas foram aumentadas entre 33 por cento e 6 por cento. O nome mais falado deste aumento, até pela história da sua passagem pelos CTT e pela GALP é António José Cunha, que ganha agora, por mês, 8.746,10 Euros e está associado ao presidente nas grandes operações de marketing, publicidade e comunicação.
Da lista, apenas quatro dos directores foram aumentados entre 6 e 8 por cento. E são os que não amigos do presidente.
Mas há mais e pior: foram contratados no exterior 20 novos responsáveis, com contratos confidenciais, que não vão sequer aos Recusros Humanos da empresa e que contêm clausulas de indemnização substanciais, a prever já que uma próxima administração tenha que fazer umna limpeza da casa.
Ora aqui está um belíssimo objectivo de investigação para um dos inúmeros jornais económicos que existem em Portugal e que, na grande generalidade, ocupam o seu precioso espaço a falar dos baixos índices de produtividade dos trabalhadores portugueses. Esqueçam a publicidade e investiguem.
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