Entro numa delegação do Banco que há não sei quantos anos sabe o que ganho o que gasto e, de vez em quando, me faz propostas mais ou menos desonestas. Um rapazinho que aprendeu há dias a usar uma gilette, todo aprumado dentro do seu fato no melhor estilo executivo do tempo, abre-me a porta, afivela um sorriso e enquanto olha a cábula para saber o que fazer com o cheque que lhe deposito em cima do balcão, olha para a porta e abre-a para um outro cliente entrar, mais um gesto e mais um cliente.
No final das operações devidas e enquanto arrumo na carteira os Euros, vou-lhe dizendo: "um dia destes, você e os seus colegas,vão sentir num orifício qualquer um espanador para, enquanto descontam os cheques, dão dinheiro a uns clientes e abrem a porta a outros, aproveitem o tempo para fazer a limpeza da loja".
O senhor fica espantado, mas já não tem tempo para continuar a conversa. Saio a pensar: isto está muito mau, mesmo muito mau. Então, se aquele jovenzinho, que deve ser licenciado para aí em finanças, em enconomia , em gestão, eu sei lá, faz tudo aquilo, o seu índice de produtividade deve ser astronómico...
Como é que os banqueiros, que pagam poucos impostos, que aproveitam todas as oportunidades para nos mexer nos bolsos, andam a reclamar contra a baixa produtividade dos trabalhadores portugueses, a exigir mais receitas (quer dizer, mais impostos para os outros) e menos despesas no sector social.
Dr. João Salgueiro, vamos ser claros nesta matéria: o senhor e os seus pares estão a abusar da passividade deste pobre povo de brandos costumes. Mas olhe que já há gente com " A Alma quase ingovernável" A Revolta das Palavras
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