domingo, julho 04, 2010

O Regresso da Loira da Rua 48

Durante os últimos anos, abateu-se sobre a Rua 48 uma tristeza estranha; os vizinhos deixaram de sorrir quando se cumprimentavam. Parecia uma viela triste, sem sol e sentimentos. O Presidente da Junta fez todos os possíveis para, primeiro, perceber as razões por que a sua gente tinha mergulhado em tamanha tristeza. Infrutíferas, tais diligências motivaram o efeito contrário: os eleitores deixaram de apreciar o seu presidente e as eleições que, entretanto aconteceram, foram um desastre para o "dono" do bairro onde se situa a Rua 48.
Outro presidente que, sem conhecer a alegria da Rua anteriormente, não se preocupava com o ar macambúzio dos seus eleitorees. Ele já tinha como certo o cargo de presidente da Junta. E a vida foi correndo, "apagada e vil tristeza" (Camões) que foi contagiando as gentes das ruas mais próximas.
Aí, o novo presidente, a quem é preciso dar um nome para entender as razões da vitória eleitoral, portanto o Sr. João Pinto (nome igualzinho ao célebre futebolista que jogou no Sporting e no Benfica e de quem toda a gente gostava) começou a dormir mal. Por mais obras que fizesse na Freguesia, nada melhorava o ânimo dos seus ex-eleitores que, seguramente - temia ele - o não seriam nas próximas eleições.
Levantava-se cedo e percorria, muitas vezes a pé, parte do bairro para auscultar as populações e tentar descobrir o que fazer que lhe garantisse a continuação no cargo.
Um dia, já o Sol mergulhava lá para os lados do mar e ele ouviu um murmúrio indicativo de muitas vozes alegres que se misturavam na brisa de fim de tarde e que aos seus ouvidos soavam como uma partitura semelhante ao "Adágio" de Albinoni. Porque se terá lembrado ele desta melodia? E só pela lembrança sentiu-se feliz. Ele era, afinal, um presidente erudito. Albinoni. Que raio!
Aproximou-se e viu um aglomerado de algumas dezenas de pessoas que se riam e falavam, atropelando-se, tal era a ansiedade com que queriam exprimir a sua alegria. Entretanto, outras pessoas se aproximavam do meio da Rua 48 e aligeiravam o passo.
O Sr. João Pinto começou a correr e, quando chegou junto daquilo que já era uma verdadeira multidão, descobriu, no meio, uma mulher loira e bela, com uma sorriso magnético e do qual toda a gente estava suspensa.
A Loira da Rua 48, mais bela do que nunca tinha regressado à Rua da sua infância, dos seus amigos e os vizinhos exultavam. Finalmente a crise seria nada, já que a Loira anunciava aos quatro ventos o seu noivado.
Tinha regressado porque queria que seu noivo partilhasse com ela as alegrias de viver entre gente tão especial: lá estava a senhora que aos fins de tarde chegava de taxi. E também ela sorria. Aquele senhor, sempre mal disposto, sempre a protestar contra os capitalistas, tinha deixado a pena com que zurzia financeiros e governantes, para ir cumprimentar expressamente a Loira da Rua 48, que mostrava, com requinte nos gestos e elegância nas palavras e até com pudor nas atitudes, o seu belo anel de noiva.
Toda a gente queria saber do noivo. A Loira prometeu apresentá-lo na melhor altura.
Entretanto, a correr e ofegante, chegou o antigo presidente da Junta e depressa percebeu a razão da sua derrota eleitoral. A Loira era a vida daquele bairro e não só da Rua 48. Foi ela que lhe faltou durante todo aquele tempo. E não resistiu. Pediu a palavra para se dirigir à bela noiva:
Percebo agora que és uma benção que nos calhou e não apreciámos devidamente. Eras como o Tejo para o qual já não olhamos embora seja um rio tão belo como os mais belos, daqueles que levam as pessoas a percorrer milhares de quilómetros para ver; percebo agora o teu brilho, igual ao da luz de Lisboa indiferente aos lisboetas porque a têm todos os dias, mas que maravilha as gentes de fora, mesmo as que aqui chegam vindas de outras terras com luzes igualmnente cantadas pelos poetas.
E continuou o antigo presidente da Junta: acho que posso afirmar, em nome de todos os nossos vizinhos que te AMO e não te quero perder.
Amo-te na pureza do teu olhar
Amo-te na verdade das tuas palavras
Amo-te na justeza das tuas atitudes.
O povo irrompeu em aplausos e a loira deixou que uma lágrima lhe acontecesse no canto dos olhos verdes, lindos, felizes e ao mesmo tempo nostálgicos.
E disse a Loira da Rua 48: "Gente da minha rua e do meu bairro, percebo agora que fosteis injustos com o nosso presidente. Temos, todos, que rectificar o mal feito. Nas próximas eleições vamos querer o "nosso presidente".
Já se ouviam palmas e verdadeiramente a rua entrou em delírio com o regresso da Loira da Rua 48. A vida ia voltar a ser bela.

segunda-feira, junho 14, 2010

Recuperar Che contra a fatalidade da escravatura

Ernesto Guevara, o argentino que se juntou na Sierra Maestra a Fidel de Castro para derrubar Fulgêncio Bapptista, faria hoje 82 anos. Foi assassinado em 9 de Outubro de 1967, na Colômbia, quando tentava, de um modo desastrado e demasiado voluntarista para um homem com a sua formação e as suas responsabilidades, convencer os camponeses colombianos que tinham direito à revolta

Foi traído- como era de esperar - e as forças da direita de todo o Mundo saudaram a morte do Homem que, entretanto, sem se saber bem porquê se transformou num símbolo romântico da revolução, e todas as revoluções.
Lembro-me quer, em 1969, eu tinha na parede do meu escritório da minha casa do Lubango, sempre de janela aberta, um poster vermelho do Che. A propósito daquele retrato fui conversando com gente jovem, que, desse modo, ficava a saber o outro lado da realidade que se lhes apresentava.
Hoje, 43 anos depois da sua morte, o mito continua. Ora, eu acho que devia olhar-se para o Che doutro modo e esquecer o romantismo da boina, para o encarar como um exemplo para resolver a actual situação em que todos nos encontramos: sem Estado, entregues a um grupo de financeiros abutres e sem ninguém que ponha ordem no que quer que seja. São eles que mandam e não dão a cara. Alguns - sabe-se - que têm lindas testas, desde que os jovens da nossa terra e não só, de todo o Mundo comecem a perceber a armadilha em que caíram - bem pior do que a que foi montada para matar Che.
O Che sem boina e com um sorriso de confiança e de esperança no futuro. É para essa fotografia que é necessário olhar para acreditar que a escravatura não é uma fatalidade.
Saudemos a memória de Ernesto, o Argentino, de quem se disse, igualmente, que mandou fuzilar muita gente. É capaz de ser verdade...

terça-feira, maio 25, 2010

E O Ouro Serve Para Quê?


A crise foi-se instalando há muitos anos. Não foi apenas agora com os especuladores, com as jogadas da Srª. Merkl, com as pantominices dos banqueiros, com a corrupção dos actuais políticos.


Não, ela começou há muitos anos, com a corrupção de antigos políticos, incluindo aqueles que, na primeira oportunidade abandonaram a política activa para se dedicarem aos negócios e assim justiificarem enriquecimentos estranhos.


A crise começou com a distribuição dos dinheiros que vinham da então CEE a troco do desmantelamento de barcos, de vinhas e olivais, de fábricas, do pequeno comércio para se espalhar pelo asfalto e pelo cimento armado das obras que deram à luz mais vigaristas. O dinheiro chegava, mas rapidamente partia, num processo igualzinho ao descrito por António Sérgio com os dinheiros provenientes das descobertas portuguesas.


Portugal foi e continua a ser o país da economia de passagem. Não há quem segure por aqui o din heiro. E os portugueses vão achando isso natural. Ficar sem indústria, sem agricultura, sem pescas, sem explorações mineiras, sem pequeno comércio, tudo isso foi e continua a ser normal.


Para os portugueses os responsáveis pelas crises são apontados a dedo nas televisões, as crises não têm história, não têm antecedentes, não têm causas, são assim como uma fatalidade: acontecem. E toda a gente paga de cara alegre..."que havemos de fazer?..." perguntam. "É sempre a mesma coisa..", acrescentam.


Já nem olham para o lado, para os Jardins, para os Salgados, para os Varas, para os Penedos, para os Coelhos, para os Loureiros, Os Oliveiras e Costa e tantos outros, não pensam neles e, se por ventura pensam, é para lhes invejar a "sorte" e a habilidade.


Ninguém quer saber porque é que a crise se aprofundou agora, perceber que a Srª. Merkl aparece como uma virgem ofendida, mas que, no fundo, a Alemanha beneficiou largamente com o Euro. Ninguém é capaz de constatar que o Euro também é (juntamente com a roubalheira que começou logo com os primeiros anos da CEE) uma das razões da nossa penúria. Portugal não tinha capacidade económica, porque já não tinha aparelho produtivo, para uma moeda tão forte como o Euro.


Todos reclamaram que a vida ficou, de um dia para o outro mais cara: vinte escudos passaram a ser traduzidos por 10 cêntimos; 200 escudos por um euro...


Todavia, as instituições competentes nunca apareceram a prestar informações sobre este fenómeno de encarecimento da vida por via de uma troca de moeda. Nenhum índice de preços no consumidor traduziu esta anomalia... ficou tudo no melhor dos mundos. E a crise foi aumentando, crescendo com a miopia dos governantes e o conformismo dos governados.


Sim, porque a verdade é que os maiores responsáveis somos nós, os governados, os que apenas votamos e nos esquivamos a todo o tipo de participação cívica e política.


E não estou a falar das manifestações dos Sindicatops e dos Partidos. Há trinta anos que se regem pela mesma filosofia, gritam os mesmos slogans sem nada obterem.


Falo de intervenção directa, de invectiva aos governantes e também aos dirigentes dos partidos e dos sindicatos. São todos responsáveis. Dão-se todos bem uns com os outros, bebem pelos mesmos copos, comem nos mesmos pratos e, em muitos casos, dormem nas mesmas camas.


É preciso pressionar, perguntar, interrogar e não esperar que os jornalistas, "pés de microfone" façam as perguntas que alguém lhes encomendou.


Não se pode deixar nenhuma oportunidade de fazer as perguntas cujas respostas nos interessam: onde está o dinheiro roubado no BPN, no BPP, porque é que a Caixa Geral de Depósitos não é um Banco Público a sério, porque é que os bancos não pagam impostos a sério?


Para que serve o ouro depositdado no Banco de Portugal, se os americanos continuam a governar o Mundo com os dólares que fabricam a esmo, sem peso, conta ou medida. Agora que a cotação do ouro subiu vendam essas toneladas que só estão a ocupar espaço, paguem a dívida pública e deixem-nos em paz, com trabalho e com a possibilidade de voltarmos a instalar um aparelho produtivo português. Digam à Srª Merkl que pode voltar ao marko.

segunda-feira, abril 26, 2010

Os Romanos




A visão publicou no último dia 11 de Março um trabalho com o título " O Corredor do Poder", assinado pelos jornalistas Miguel Carvalho e Paulo Pena. Nele se descrevem as relações de um grupo que, ao longo dos anos - poucos - servindo-se da JS (Juventude Socialista), de António Costa e José Sócrates, e , lá para trás, um pouco também de Guterres, construiram relações de poder verdadeiramente ilícitas, transformaram alguns dos seus membros conhecidos em gente rica, de gostos ricos, bem colocada no aparelho do estado e do partido - que começam a confundir-se - e iludiram toda a gente.


Eu, além de me sentir iludido, sinto-me parvo, o que, para um homem com a minha idade e com a minha experiência de vida não é pouca coisa. Sinto-me tão parvo, tão parvo que até me lembro que tenho experiência de guerra...

Porque, a verdade é que olhando a actuação deste grupo, do qual farão parte, seguramente, muitos outros, para além das esposas dos que são indicados: Rui Pedro Soares, Sérgio Sousa Pinto, Marcos Perestrello, João Tiago Silveira, Fernando Rocha Andrade e Paulo Penedos e, claro, o actual Presidente da Câmara de Lisboa, António Costa - o tal general sem exército e que o montou nas hostes da JS, servindo-se dos jovens mais ambiciosos e menos escrupulosos... porque... dizia eu, a verdade é que, pensando bem, os partidos são isto mesmo.

São verdadeiras instituições de mal-feitores que apenas cuidam dos seus interesses e dos dos seus amigos, em regime de reciprocidade e a discussão das grandes questões do país, das pessoas que aqui vivem, eu e outros parvos, que nos preocupemos.

Estes jovens - e não é apenas no PS - criam grupinhos, juntam-lhes umas moçoilas com jeito, criam revistas engraçadas, gerem patrocínios de grandes empresas - com comissões chorudas a cair e vão vivendo...a vida. Encolhem os ombros perante as crises e, depois, quando têm um azar, o chefe salva em nome de outros favores já prestados.

Agora, finalmente, eu percebo por que razão os partidos deitam fora as pessoas que se atrevem a pensar pelas suas próprias cabeças e arrebanham uns fatos cincentos ou azúis escuros, que parecem os seminaristas do Seminário de Braga, lá no topo do Estádio do 28 de Maio quando o Braga jogava e eles eram muitos e o reitor condescendente ... mas sempre em fila indiana: assim iam aprendenedo alguma coisa...

Lendo com alguma atenção este trabalho da Visão - que apenas me chegou via net - percebe-se uma nova casta, adivinham-se novas legiões de patrícios romanos com todos os direitos, ficando as obrigações para os escravos.

Percebendo bem até ao fim conclui-se que este país só lá vai com tiros. É preciso salvar a dignidade da maioria deste Povo que anda há nove séculos com a esperança de um dia poder sentir-se igual aos outros povos e não ser sempre tratado como pedinte, como atrasado mental!


Se juntarmos a estes grupinhos constituídos à volta do António Costa os outros, formados à volta de outros, como, por exemplo, o do Mariano Gago, que dispõe do maior orçamento de sempre, mas não dá satisfações a ninguém e só os amigos beneficiam das suas iniciativas...se imaginarmos mais uns jovens de fato cinzento a ajudar o ministro da Administração Interna, Rui Pereira, se vislumbrarmos as heranças que o anterior ministro da Agricultura - o pior dos últimos trinta anos - distribuiu por novos ministérios e os jeitos que esses herdeiros ainda andarão a fazer ao sr. Jaime Silva, concluímos, rapidamente que eles são um exército. Um exército de mal-feitores. Ainda não matam como no México, mas se nós deixarmos, um dia destes alguns de nós vão aparecer na valeta. Não estou disponível para isso e ainda tenho força suficiente para liquidar alguns deles. Estou fartooooooooooooooooooooo!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

domingo, abril 18, 2010

O Peralvilho



Sempre que este senhor me aparece na televisão ou em fotografias nos jornais faço um grande esforço para me lembrar da palavra que me baila na cabeça e que serve para significar o que penso dele.
Esta noite, finalmente, a palavra surgiu clara na minha cabeça: PERALVILHO!
É uma palavra com pouco uso, mas que se encontra muito nos clássicos da nossa literatura para definir as pessoas afectadas na maneira de falar e de vestir.
Nada de grave, portanto.
O que é mesmo grave é que a afectação de Passos Coelho o resume. Quando se ouve o homem falar percebe-se que ele andou anos a treinar a pose e que se esqueceu da realidade que o rodeia. Introduziu alguns "sounds Bytes"na caixa craniana para despejar na hora própria, com a postura (é verdade que nas galinhas as posturas são de doze vovos), mas aqui quero mesmo dizer postura e não atitude.
Porque, para falar de atitude era preciso reconhecer alguma coerência no discurso deste jovenzinho afectado que um dia terá prometido à família feitos grandiosos no campo da política. E aí está ele a falar em candidatura a primeiro-ministro de Portugal.
Não posso deixar de pensar, quando aqui chego, que, agora, qualquer um se arroga a competênccia para dirigir os destinos de um Povo com quase nove séculos de História.
Este Peralvilho, assim que chegou a uma posição de destaque não se lembrou de outra coisa: quer um nova constituição da República, quer discutir com o actual primeiro-ministro assuntos que já estão discutidos e não avançou com nenhuma nova ideia. Ele, Passos Coelho, com os seus gestos afectados, com o seu ar de galã, já um bocado gasto, quer marcar agenda política com temas que em nada ajudam a resolver a grave crise que o país atravessa.
Comportou-se como qualquer político para quem o único objectivo é o poder. Ele é presidente do PSD para derrubar, o mais depressa possível, o actual governo. E isso é conveniente ao país? Que lhe interessa isso. Ele já tem a postura para a tomada de posse e até já escolheu a gravata.O fato ainda o vai mandar fazer.
A política portuguesa está entregue a cada coisa....

terça-feira, abril 13, 2010

Cobarde



Viva,

Junto em anexo uma fotografia onde surjo. Por acaso a foto até foi tirada por um desses jornalistas que eu tanto odeio.
Como calculo que nem sequer saiba quem sou, sempre lhe posso dizer que terei todo o prazer em me encontrar consigo para esclarecer o tal ódio que efere. Mas, por certo, que irá continuar escondido no anonimato. É pena. Seria um prazer trocar ideias com uma pessoa tão culta e conhecedoa da realidade política.
Até sempre.
Mário Ribeiro
P.S. Não hesite em continuar a ofender os outros e a esconder-se no mundo dos blogues.
O Sr. Mário Ribeiro, ex-assessor de imprensa do Ministro da Agricultura, a desepenhar as mesmas funções, agora junto ministra Helena André, ficou chocado com o meu texto sobre a herança da Srª. Ministra do Trabalho e da Segurança Social.
Para expressar o seu choque mandou-me um e-mail (faltou-lhe coragem para fazer um comentário) e anexou uma fotografia de um grupo onde está, afirmando o que pode ler-se no texto que aqui junto.
O Sr. Mário Ribeiro é o pior assessor de imprensa que algum ministro pode ter porque se imagina empossado dos mesmos poderes da pessoa a quem assessoreia. Nega informação aos jornalistas, trtaa-os mal ( ao telefone) e chega facilmente ao insulto, quer de quem lhe telefona, quer das instituições que representam . Enfim...é uma escola de assessoria.
Ora, muito bem, Sr. Mário Ribeiro, o sr. está desejoso de saber quem é M. Pedrosa. Recorra ao SIS já que os seus poderes são fortes o suficiente para isso.
Não me escondo atrás de nada. O que acontece é que se não houvesse a blogoesfera, onde é possível fazer o que eu e muitos outros fazem, vocês, os assessores e outras figuras serventuárias do poder nos fariam a vida num inferno, ainda pior do que já é. E, provavelmente já estaria inscrito num centro de emprego, sem nenbuma possibilidade de voltara a trabalhar..Conheço-lhe a espécie.
Tenho um conselho para si: deixe a Srª. Ministra escolher alguém que possa ser, de facto, assessor de imprensa , isto é, alguém que tenha capacidade de relacionamento com os jornalistas, dar-lhes informação, sugerir-lhes pistas, algém que possa ser útil e não esteja sempre disponível para aparecer entre os "senhores do poder" como se se tratasse de um deles.
Sr. Mário Ribeiro, sei de muitos casos de disparates seus... vou seguir com mais atenção a sua carreira junto da Ministra Helena André. Falaremos, um dia. Depois que o sr. abandone uma função para a qual não tem jeito nenhum.
Este blogue já tem alguns anos e nos seus vários textos não encontra nenhum insulto nem nenhuma inverdade. Faz parte do meu lema, inscrito no cabeçalho

sábado, abril 10, 2010

A Herdeira



A ministra do Trabalho e da Segurança Social foi uma das surpresas deste novo governo de José Sócrates. O seu nome, Helena André, era pouco conhecido,veio de Bruxelas e as notícias recorriam às suas anteriores ligações aos Sindicatos para sugerirem uma actuação quiçá diferente daquela que foi seguida por Vieira da Silva, a maior desilusão do primeiro governo de Sócrates.
Até agora nada de novo; tudo continua na mesma. O que eu não posso deixar de notar é que Helena André é uma herdeira do passado: impingiram-lhe como secretário de estado Valter Lemos, um velho conhecido dos portugueses, primeiro pela sua triste história como autarca e depois como um dos elementos decisivos para levar o Ministério de Lurdes Rodrigues( Educação) à condição de inimigo de todos nós.
E quem mais herdou, Helena André? Rui Cunha, o Provedor da Santa Casa da Misericórdia, cujo papel naquela instituição, de grande importância na vida nacional ,é pior que nulo, porque tem permitido que a Santa Casa se tenha transformado numa entidade escura, em que os negócios e os serviços são geridos com pouca clareza, talvez porque o sr. Provedor terá uma apetência especial pelo jogo e o Bairro Azul é um pouco distante do Largo da Misericórdia.
Mas, a herança da ministra Helena André não se ficou por aqui. No seu gabinete também está, como assessor de imprensa o sr. Mário Ribeiro, que desempenhou as mesmas funções junto do pior ministro da Agricultura que Portugal já teve, o sr. Jaime Silva. Mário Ribeiro, de resto, ajudou muito o Sr. Silva a cometer disparates com a comunicação social.
Imagino que o Partido tenha oferecido mais uns "encalhados" à ministra do Trabalho e que ela se tenha sentido obrigada a aceitar.
Mas, senhora ministra, o seu mandato vai ficar marcado também pelas asneiras destes homens ( e quiçá de outros mais). Não conseguiu formar a sua própria equipa? Não tem uma rede própria? As suas convicções adaptam-se às destes seus colaboradores?
Sabe que há um sem número de queixas na Procuradoria contra o Provedor da Santa Casa? Sabe que Rui Cunha está naquelas funções apenas porque é amigo de Vieira da Silva? Puseram-lhe como condição para ser ministra aceitar esta gente a trabalhar consigo?
Ser ministra é assim tão importante para si? A ponto de aceitar gente claramente imcompetente para exercer funções importantes que estão sob a sua alçada?
A Srª. Ministra não pode mudar este estado de coisas?
OBS. Lamento não ter uma fotografia do sr. Mário Ribeiro para ilustrar este texto, mas suponho que não será fácil obtê-la, até pelo ódio que nutre pelos jornalistas e afins.




quinta-feira, abril 08, 2010

O Caminho



Numa das Ruas de Lisboa, na Avenida Miguel Torga, descobri que há alguém à procura de novos caminhos para contestar a realidade com que nos confrontamos. Embora ainda pareça uma forma de contestação sindicalista, já anuncia uma outra via: a rebelião como um direito para contrariar aquilo que Querem fazer da nossa Juventude: um exército de escravos de mão de obra sempre livre e sempre barata, os precários.
De facto, para lutar contra a precaridade, as negociações sindicais já não servem. A rebelião é o caminho. Espero poder assistir ainda a uma forma organizada de rebelião contra as grilhetas do nosso tempo, longe dos sindicatos, dos partidos e dos políticos profissionais, a favor das pessoas. Uma rebelião que não sirva para abrir os cofres a outros gatunos, mas que, finalmente, dê por finda esta angústia diária de nos sentirmos roubados, ludribiados, enganados. Força, Juventude, é o vosso tempo: PRECÁRIOS VOS QUEREM, REBELDES SERÃO!!!!!!!!!!!!!!!

sexta-feira, abril 02, 2010

Recebam-no como a um Pedrosa

Os Pedrosas devem estar contentes, hoje. E não só. Recebam-no bem. Erguem as taças tendo em atenção este facto muito simples: um dia destes, todos quantos passámos aquelas passas do Algarve, bebemos água na fonte da talha e percorremos as tabernas de Coimbra nos iremos encontrar num campo repleto de flores brancas ( se arranjarem umas amarelas, tido Van Gogh, para mim também está bem). Hoje, para uns é um dia triste, para outros, o dia inevitável, para outros ainda, não sabemos, mas não é um dia indiferente. Lembremo-nos todos uns dos outros.!

terça-feira, março 02, 2010

Polícias disfarçados ou medrosos?

Já aqui escrevi que o pior que está a acontecer a este país nesta altura é a comunicação social. Desde que haja desgraça eles e, sobretudo elas, de cabelos loiros ao vento, à procura de palavras que dificilmente encontram nas suas ocas cabecinhas, para descrever a Tragédia que se abate a seus pés.
Ou então, eles ou elas, os pés de microfone vão para a porta de um tribunal ou de uma cadeia, mesmo à chuva que seja, para debitar um sem número de alarvidades, onde confudem, naturalmente, opinião com notícia, misturam tudo, tal como na escola do Mário Crespo.
Ou então ainda, com ar malandro , nos passos perdidos, à espera de uma truta política qualquer que há-de comentar mais qualquer coisa da face oculta ou do último crime da Ti Jaquina lá para a serra da Malveira...
Uma desgraça, diria o ex- Alberto João, que, agora, com asas de anjo, a tudo vai acenando com a cabeça, desde que não lhe tirem, assim de repente, o poder.
Mas, não era para isso que aqui vim hoje... é tudo a propósito do ter acordado com um daqueles locutores másculos e dinâmicos a berrar ao microfone da TSF, logo a abrir aquele noticiário mal amanhado, que eles repetem não sei quantas horas e a que chamam "jornal", que a polícia ia começar a ir para a rua, à civil para prevenir os atropelamentos.
O Homem! Mas como é que eles fazem isto? Atiram-se para debaixo dos carros na vez dos infelizes cujos destinos estão marcados a sangue ali no asfalto negro ou naquela calçada velha e danada daquela rua maldita?
Não senhor! Dizem eles. Os polícias (alguns deles vão estar fardados) estão lá para multar os automobilistas que passam com os sinais vermelhos e os peões que atravessam as estradas fora das passadeiras. Pronto! Assim se cumpre a missão de sempre da polícia e os polícias portugueses: multar, sancionar, perseguir. É a matriz deles. Não conseguem pensar de outra maneira...
Já com o trânsito é a mesma coisa. não se vê um polícia sózinho, a vigiar o comportamento dos condutores e a actuar perante atropelos evidentes à lei. Não! Veêm-se aos magotes, em autênticas emboscadas, à espera dos incautos que, muitas vezes por necessidade de resolverem problemas de trânsito que os polícias nunca reconhecem, ultrapassam o limite dos 50, dos 80, dos 120, eu sei lá...
E, quando não estão aos magotes para multar os cidadãos com cara de cumpridores da lei - porque dos outros eles fogem - têm os radares escondidos e depois mandam as fotografias. Contentes da vida.
Esta de colocar polícias à civil a vigiar as passadeiras vai dar cenas bonitas, vai...
Ainda hoje experimentei: estava uma senhora parada no passeio junto a uma passadeira e eu perguntei-lhe se podia passar, se, por acaso ela não era polícia disfarçada. Sabem lá o que a mulher me disse. Saí dali a correr, não viesse a ser preso por ofensas ao pudor e a outras coisas mais...
A ver vamos: se funciona a dignidade da farda, há muito desaparecida das ruas, se a cobardia e o medo do disfarce, tão em voga em todos os sectores da vida portuguesa.
Para acabar com o comecei: aquele locutor de barba hisurta e voz forte, não disse mais nada a propósito desta notícia. Nem ele, nem nenhum dos companheiros deles. Como sempre vão deixar os comentários para o Francisco Louça, para o Marcelo (um dia destes o sr. presidente), ou para um daqueles comentadores que também já foram administradores da Lusomundo quando era propriedade da PT e não se falava em controlo da informação - perguntem ao Fernando Lima, actual braço direito do presidente Cavaco - que ele vos explica como era feito e, já agora, como foi dispensado da direcção do DN.

sexta-feira, fevereiro 05, 2010

A Segunda República

Como nota introdutória gostaria de pedir desculpa aos que, por uma razão, ou por outra, por aqui passam, à espera de qualquer coisa nova e encontram sempre o mesmo. Os meus últimos textos, aparentemente contraditórios dizem bem da perplexidade com que tenho acompanhado os últimos meses da política portuguesa e justificam, de certo modo a minha nula intervenção. Acho, contudo, que é tempo de voltar a falar com os meus amigos e comunicar-lhes alguns dos meus medos
Hoje quero falar de receios concretos, fruto da incompreensão com que continuo a ouvir as notícias, a ler os jornais e a ouvir os novos humoristas, os comentadores políticos, que se comentam uns aos outros e procuram saber qual a respectiva posição no ranking dos mais "engraçados".
A propósito deste despropósito de trazer à cena pública gente que faz do comentário político um pretexto para a diversão, não posso deixar de expressar o meu primerio receio: o entusiasmo com que a gente da comunicação social fala dos males que vão acontecendo a este país e estimulam que outros, ainda piores, possam acontecer, assusta-me. É que parte do poder está entregue a gente à procura de um titulo de jornal, de uma reportagem na televisão ou na rádio como garantia um emprego...
A C(c)omunicação S(so)cial portuguesa é o pior que podia acontecer a Portugal!!!
Dirão que estou com Sócrates na análise. Não! É que foi ele a extremar estes maus instintos dos homens e das mulheres dos jornais, da tv e da rádio. A sua arrogância dos primeirtos quatro anos em que sentou na cadeira do Salazar foram, desse ponto de vista, uma permanente provocação. Aí falhou tanto como com os professores e os agricultores. Esperemos que não faça, agora, o mesmo com os enfermeiros...
A C(c)omunicação S(s)ocial, todavia, não conseguiu portar-se dentros dos padrões do profissionalismo, da ética, da honestidade e ultrapassou limites inimagináveis, atirando, inconscientemente, Portugal para a situação em que se encontra hoje,isto é, com uma imagem que permitiu ao sr. Almunia a comparação com a Grécia...
A situação não é boa. Todos o sabemos, mas a responsabilidade é repartida: por um lado, a pressa de Sócrates em fazer reformas desajustadas para os tempos e a sua arrogância e teimosia, mantendo em lugares-chave gente como a ministra da educação e o ministro da agricultura. Por outro lado há a crise internacional - que não é invenção, nem brincadeira, mas que para a gente da informação e da oposição não existe. Para eles, toda a responsabilidade é de Sócrates e do seu governo.
E surpreende que cheguemos à actual crise por causa da finanças regionais, com toda a oposição votando contra o governo...
Ouvir Francisco Louçã, Jerónimo de Sousa defendendo Alberto João Jardim, indiferentes aos números que dão à Madeira o segundo lugar no das regiões mais ricas de Portugal, assusta.
Perceber a inteligência de Paulo Portas, com capacidade para entender os caminhos que esta segunda república está a tomar, aparentemente, tranquiliza, mas, logo a seguir também assusta.
Que República é esta que aceita uma crise provocada por uma questão que apenas tem importância porque nela está envolvido um homem a viver numa espécie de paraíso pago por dez milhões de papalvos que ainda não perceberam que a Madeira - o tal paraíso - já devia governar-se sózinha?
Façam um referendo, como recomendou há tempos o Vicente Jorge Silva e ver-se-á então o poder do senhor jardim. A que propósito temos nós, os habitantes de Portugal, que pagar os luxos dos amigos do sr. Jardim?
Depois de perceber o Bloco de Esquerda e ouvir o "furioso" e "irrascível" Louçã, depois de perceber que o PC aposta em todas as cartas para demonstrar que é mais esquerda do que o PS, depois de verificar que o PSD, nem completamente desagregado deixa de ter como farol o ditador da Madeira, depois disto tudo, em que só resta um CDS a preparar-se para formar o pulo do lobo ou o abraço do urso, temo pela Segunda República. Não sei se haverá uma terceira e se, no caso de caso de existir, possa ser regida pelos mesmos valores desta. Se assim não for, os vindouros terão que responsabilizar os vários loucos, mas um, de entre eles, sobressairá: Francisco Louçã, que quer, a todo o custo, eleições rápidas para demonstrar que chegará perto do PS.
Se as eleições vierem brevemente acontecerá ao Bloco o que sucedeu ao PRD, lá para trás nos idos oitenta.