domingo, abril 18, 2010

O Peralvilho



Sempre que este senhor me aparece na televisão ou em fotografias nos jornais faço um grande esforço para me lembrar da palavra que me baila na cabeça e que serve para significar o que penso dele.
Esta noite, finalmente, a palavra surgiu clara na minha cabeça: PERALVILHO!
É uma palavra com pouco uso, mas que se encontra muito nos clássicos da nossa literatura para definir as pessoas afectadas na maneira de falar e de vestir.
Nada de grave, portanto.
O que é mesmo grave é que a afectação de Passos Coelho o resume. Quando se ouve o homem falar percebe-se que ele andou anos a treinar a pose e que se esqueceu da realidade que o rodeia. Introduziu alguns "sounds Bytes"na caixa craniana para despejar na hora própria, com a postura (é verdade que nas galinhas as posturas são de doze vovos), mas aqui quero mesmo dizer postura e não atitude.
Porque, para falar de atitude era preciso reconhecer alguma coerência no discurso deste jovenzinho afectado que um dia terá prometido à família feitos grandiosos no campo da política. E aí está ele a falar em candidatura a primeiro-ministro de Portugal.
Não posso deixar de pensar, quando aqui chego, que, agora, qualquer um se arroga a competênccia para dirigir os destinos de um Povo com quase nove séculos de História.
Este Peralvilho, assim que chegou a uma posição de destaque não se lembrou de outra coisa: quer um nova constituição da República, quer discutir com o actual primeiro-ministro assuntos que já estão discutidos e não avançou com nenhuma nova ideia. Ele, Passos Coelho, com os seus gestos afectados, com o seu ar de galã, já um bocado gasto, quer marcar agenda política com temas que em nada ajudam a resolver a grave crise que o país atravessa.
Comportou-se como qualquer político para quem o único objectivo é o poder. Ele é presidente do PSD para derrubar, o mais depressa possível, o actual governo. E isso é conveniente ao país? Que lhe interessa isso. Ele já tem a postura para a tomada de posse e até já escolheu a gravata.O fato ainda o vai mandar fazer.
A política portuguesa está entregue a cada coisa....

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