sexta-feira, setembro 26, 2008

A Arrogância dos Banqueiros

O sistema financeiro do capitalismo selvagem, sem honra e sem ética, que os liberais inventaram e impuseram a todo o Mundo está pelas ruas da amargura. De tal forma que os americanos, os donos do sistema, vão ter que socializar, isto é, nacionalizar, as finanças para salvar aquilo que eles chamam de economia.
E porque é que se chegou aqui?
Não se preocupem que não vou perder muito tempo a explanar doutrinas económicas...
Aconteceu porque, em todo o Mundo, nomeadamente em Portugal, meia dúzia de chicos espertos, se serviram das teorias económicas inventadas em Chigago e noutros centros americanos, para enriquecer desalmadamente e criar o princípio de que as grandes empresas e os bancos tinham - todos os anos - que ter mais lucros do que no ano anterior.
Os administradores das grandes empresas e dos bancos criaram também outra rotina; a dos prémios chorudos para eles próprios. Os dinheiros necessários para se premiarem têm que vir de algum lado, nem que seja do despedimento de alguns milhares de trabalhadores substituídos por jovens a quem pagam 500 Euros. Há mesmo administradores de grandes empresas que não gastam um tostão já que entregam nas tesourarias as contas dos supermercados para serem incluídas nos pagamentos da empresa.
Ao longo dos anos fomos assistindo a esta coisa espantosa: os índices de produtividade aumentaram, aumentarm, aumentaram... e os pobres foram ficando cada vez mais pobres e em maior número, enquanto os ricos eram mais ricos e cada vez menos.
Os bancos, sempre na ânsia de mais lucros foram inventando os chamados produtos financeiros dos quais fazem publicidade agressiva, convidando os pobres e fazer dívidas, já que é dos juros que eles vivem. Chegaram ao ponto de mandar cheques para casa das pessoas como créditos já assegurados.
E agora, o que diz o presidente dos banqueiros, o dr. João Salgueiro?
Com um ar arrogante, de quem tem uma conta bem recheada e que se está nas tintas para os problemas dos outros, vem dizer de forma insultuosa que a culpa do endividamento dos cidadãos é da sua exclusiva responsabilidade e dá lições de bom comportamento a quem o ouve ao mesmo tempo que vai criticando as leis que o governo promulgou e que proibem os bancos de cobrar comissões pela trasnferência de empréstimos.
O que fazer com este gajo insolente, provocador, nababo, um dos chicos espertos que aproveitou a política para se instalar bem e ir acumulando dinheiro em cima de dinheiro à custa do esforço daqueles que iam aproveitando as pequenas oportunidades para melhorar as suas condições de vida?
O que fazer com este predador que nem sequer sabe onde vive e ainda não percebeu que isto agora também vai piorar para o lado dele?

domingo, setembro 21, 2008

É Tempo de Pensar

Portugal entrou definitivamente na campanha leitoral para o ano de 2009 que se aproxima a grande velocidade. Ou, pelo menos o PS já o fez. Os outros não sabem ainda o que fazer, estão amarrados à sua própria frustração de não ser poder e de não conseguir exibir o mesmo ar arrogante que Sócrates exibe nos comícios e nas Escolas onde vai vender a banha da cobra, tecendo elogios a um sistema escolar que foi aconselhado pelo FMI a vários países para diminuirem as despesas orçamentais com a Educação.
E aquele ar do primeiro ministro que aperta a mão a toda a gente atirando o braço para o lado, sinal de que vai continuar para a frente, sempre a sorrir ( o assessor de imagem deve ter imposto o sorriso permanente- será que também fica com aquele esgar em casa?... para treinar, sei lá...), aquele ar irrita mesmo, porque me faz lembrar 1991, quando toda a gente, depois de todas as asneiradas que o Cavaco fez, dizia que o homem ia aprender uma lição com uma derrota a sério e cabou por ter uma segunda maioria absoluta que nos atirou de cangalhas. Até me arrepio a pensar que pode acontecer o mesmo.
E se acontecer o mesmo os boys PS vão imitar ainda mais o ar do chefe e vão ficar ainda mais arrogantes, insuportáveis. Se já hoje não há assessor de vogal do CA de empresa pública que não se julgue capaz de, com um simples gesto, destruir a vida de um simples cidadão, daqueles que não quer mais nada, só trabalhar, só sair do sufoco para onde os impostos e a segurança social e as propinas que às vezes tem que pagar para resolver uns assuntos mais complicados o atiraram.
Eu, tal como em 1991, estou com uma grande esperança que este povo desperte e perceba que o poder não pode estar entregue a estes trafulhas que em tempos de eleições prometem tudo e depois argumentam que "também os partidos mudam de opinião..."
Nós não podemos entregar o nosso país a esta gentalha que considera que para os ricos o Estado é só generosidade, mas para os pobres nem sequer existe...
Nós não podemos entregar as nossas crianças a estes mentirosos que estão a fazer das escolas fábricas de escravos, da nossa saúde um esquema de passagem de passaportes para o cemitério e da nossa justiça um sistema de validação do crime indiscriminado.
Nós temos que colocar um travão a estes desaforos a estas notícias que ninguém explica, a esta promiscuidade entre a política e os negócios.
E temos que começar a pensar já nisso, porque os nossos inimigos já iniciaram a estratégia de manutenção do poder. Temos que os obrigar a partilhar mas não com os outros, iguais a estes. Temos que tentar outra via. Temos de ser cidadãos responsáveis. Temos de chamar à esfera do poder outros, ainda que corramos o risco de se mostrarem iguais.

sexta-feira, setembro 12, 2008

Uma Aparência Igual a Zero

Um dia destes (há dois ou três), na fuga matinal que faço às rádios institucionais - que já não posso ouvir - sintonizei uma das minhas alternativas, uma "Rádio Refúgio" em que apanhei a conversa com um senhor já de idade e que, pela conversa, deve ser padre católico.
Parei para ouvir e fiquei verdadeiramente espantado: pela primeira vez ouvi alguém, pertencente a uma instituição, cujo grau de senilidade já há muitos e muitos anos ultrapassou os limites do razoável, reconhecer este facto simples: " a Igreja Católica é a hierarquia", constituída por padres, diáconos, bispos, cardeais e, no topo, o Papa. Para além disto é nada.
A voz, já um pouco cansada dos anos, falava em serviços que esta hierarquia presta e lembrava que a Igreja Católica fica longe, vive completamente afastada das comunidades em que se insere e falava, a propósito, da Igreja dos primeiros tempos, em que as pessoas se reuniam nas casas uns dos outros, segundo os relatos do apóstolo Paulo.
De facto, olhando à nossa volta, percebemos as Igrejas fechadas, os padres vestidos comos os grandes senhores, a alimentar-se bem em restaurantes caros, ao mesmo tempo que percebemos a tal hierarquia a tentar conquistar cada vez mais espaço nos media - nunca perdem uma oportunidade para exibir aqueles barretes e aqueles vestidos "giríssimos" enquanto vão falando de coisas que, na maior parte das vezes não lhes dizem respeito.
A propósito do desfazamento existente entre a Igreja e a Sociedade, na entrevista também foi referido o casamento dos sacerdotes e a participação das mulheres de forma activa na tal hierarquia.
O padre entrevistado - já referi que não me pareceu um jovem - disse mesmo que, nesta altura, há dois grupos a lutar pelo casamento: os gays e os padres.
Para mim foi o início de dia diferente. Eu que já não pensavem na Igreja há um ror de anos, dei comigo a pensar na diferença espectacular que existe entre esta Igreja Católica e, por exemplo, a Igreja Anglicana, que faz parte das comunidades em que se insere, ajudando com a sua presença activa à solução de inúmeros problemas.
Hoje o Papa foi a França. O que terão feitos os sacerdotes católicos de todo o Mundo? Aposto que muito pouco.

sexta-feira, setembro 05, 2008

A Grande Fraude

Por mais força que faça para me desinteressar em absoluto dos assuntos da política nacional e me recuse a ouvir ministros e seus agentes, tais como jornalistas, nem sempre é possível escapar ao conhecimento de algumas coisas que se vão passando neste país a caminho de um precipício.
A Educação transformou-se de "a grande paixão" na GRANDE FRAUDE socialista.
Hoje o primeiro-ministro, acompanhado da sua ministra da Educação fez saber que mais de 90.000 portugueses vão receber diplomas de "certificação de capacidades" ( suponho que a designação da mentira é essa).
E o que significam estes papéis?
Que 90.000 dos mais de 400.000 inscritos vão ficar habilitados, uns com um certificado do nono ano e outros do décimo segundo, depois de umas aulas ministradas no programa de "Novas Oportunidades" e em que, basicamente, os candidatos demonstram o que já sabem fazer e, por isso, lhes é entregue um diploma.
Estes diplomas, entregues a 90.000, vão, seguramente, ser entregues aos restantes 300.000. Com esta fartura de certificados de capacidades, Portugal sai da sua posição ingrata de país cuja população, em larga percentagem, não completou, sequer, o ensino secundário.
Em ligação com esta operação, o Ministério da Educação recomenda - e tudo faz para isso - que os alunos do ensino oficial não sejam reprovados - saibam ou não saibam. O que é importante é aumentar as percentagens de gente com habilitações de nível europeu.
Nas Faculdades aonde vão chegando os anafalbetos funcionais criados nos níveis inferiores também já se vão exercendo algumas pressões com o objectivo de o número de licenciados portugueses se aproximar do número dos restantes países europeus.
E o que é que isto vai dar?
Um país de analfabetos com diplomas que não correspondem a nada e que ficam disponíveis para serem manobrados pelos que, filhos de gente com dinheiro, estudam a sério , ou são expulsos, em colégios particulares ou no estrangeiro.
O governo de José Sócrates está a construir um país que, dentro de pouco tempo, não passará de uma opereta de mau gosto vista com o aplauso e o riso alarve de uma multidão de escravos modernos, com direito a fato cinzento e a gravata vermelha.