sábado, junho 30, 2007

IDA E VOLTA

O problema com os idosos é que eles já viram os filmes. Já passaram por muito e já viveram antes muitos dos problemas que hoje se colocam, muitos dos quais nem há tanto tempo como isso! O défice instalou-se em plena euforia revolucionária. Os governos provisórios não tinham nem meios nem vontade de travar os desvarios do povo saído da opressão. Proibidos os despedimentos, por exemplo, logo o desemprego se instalou até se tornar assustador, especialmente na construção civil. Após as eleições e com o governo legitimado por eleições, Mário Soares entendeu, por bem, «meter o socialismo na gaveta». Foi daquele governo que saiu o «contrato a prazo». O que hoje soa a infâmia deu, na altura, resultado. O desemprego abrandou. Foi mais difícil equilibrar a economia. Foi o período longo e duro dos salários em atraso, que perduraram por diferentes governos, até que Cavaco Silva lhes pôs termo. Estão a reaparecer. E a crise agrava-se por culpa do governo. As deslocalizações não aconteceram por acaso. Era manifesto que iam acontecer.
O contrato a prazo já não é o paliativo que foi. No passado foram muitas as empresas do Estado que deram o mote do abuso renovando os contratos a termo certo ene vezes, borrifando-se para a legislação, mas acabavam por engolir boa parte desses trabalhadores, naturalmente prejudicados pela contagem de tempo para efeitos promoções ou reforma.
Hoje é bem pior. A Banca,por exemplo, explora os jovens à saída dos liceus ou faculdade, devolvendo-os ao desemprego uma duzia ou mesmo duas de meses depois. Mas não só. As empresas que sairam da posse do Estado desligam-se de imediato de comparticipar na economia do país. Reduzem os quadros, desfazem-se dos trabalhadores, substituindo-os, em muitos casos, por maquinetas, que não gozam férias, nem subsídios nocturnos.
Não é preocupação das empresas privadas o bem estar da população. O Estado, quer dizer os governos que alienaram e vão alienando os bens do Estado, não asseguram «o dever de lealdade» ao povo. E como se não bastasse é agora um dos ministros patetas que fechar as maternidades, deslocaliza os centros de saúde. A segurança social tornou-se uma espécie de passe do «metro» ou da «carris». Tem que se pagar. A opção é simples:a vida ou a morte!
Este governo não é socialista, disse o avô-cantigas da Segurança Social. O governo talvez não seja, mas eles, os ministros, a começar pelo primeiro, são. Pelo menos enquanto o Partido não os demitir, que para isso o P.R. não tem tomates, se me é permitida alguma jucosidade...

Cansei!

No começo foram as promessas a ficar no tinteiro, porque a situação, afinal, era pior. Os impostos foram aumentados, a saúde começou a complicar-se, a educação entrou em rota de colisão com os educadores e com os educandos, a ciência e a tecnologia fecharam-se nos lobies habituais, alguns deles a passar pela cama do ministro...
Depois foi a licenciatura do Sócrates: uma verdadeira ofensa para dezenas de milhares de homens e mulheres que tiveram de fazer enormes sacrifícios para dar possibilidades aos filhos para estudarem e estes para acabarem os cursos, a trabalhar de dia - no duro - e a estudar à noite.
Esta, da licenciatura, matou politicamente o jovem Sócrates que , ao contrário do que seria aconselhável, carregou a nota da arrogância e da prepotência, fazendo queixa crime contra quem tinha denunciado a alegada trafulhice do seu diploma.
Agora é o ministro da saúde a despedir a directora da saúde de Vieira do Mindo, uma terra onde, segundo me recordo, no tempo da outra senhora mandavam os padres , tendo um deles corrido à pedrada um dos bibliotecários da Gulbenkian (daquele bendito programa das bibliotecas itinerantes).
Depois, temos o ministro da solidariedade e do trabalho e de não sei mais o quê, que, a princípio , parecia ser uma pessoa em quem confiar.
Sem falar no desastre do código do trabalho, da baralhada que vai ser porque nem patrões nem empregados vão apreciar as alterações e a economia portuguesa vai ficar ainda pior, repleta de conflitos insolúveis, temos as coisas concretas que ele governa, ou antes as instituições que estão sob a sua tutela.
A Santa Casa da Misericórdia é um peso morto. O Rui Cunha chega tarde e sai cedo, não faz nada e ao que parece também não sai de cima.
A Casa Pia é gerida por uma militante socialista, chamada Joaquina Madeira, que tem no gabinete uma colecção de galinhas às quais uma empregada tem - todos os dias - que dar milho.
O PS e Vieira da Silva prometeram remodelar, transformar a Casa Pia , mas o que está a acontecer é que se preparam para a fechar.
Começaram por nomear a senhora da galinhas para provedora, depois o Jorge Lemos, ex-PCP, com gostos especiais, porque depois do almoço aparece sempre com uns olhos esquisitos, foi nomeado director do principal colégio da instituição, o Pina Manique, por detrás do Mosteiro dos Jerónimos.
Sabe pouco, exerce durante pouco tempo e costuma explicar porque é que o director não pode ser eleito e tem que ser nomeado.
Ete ano a Casa Pia acabou com o segundo ciclo - um primeiro passo para o nascimento de um projecto de especulação imobiliária em Belém e em todas as outras zonas onde a Casa Pia tem colégios.
Aproveitaram a questão da pedofilia para destruir a única instituição, que, do ponto de vista da formação profissional, produzia resultados positivos. Deram milhões a uma comissão de avaliação, à frente da qual estava o engº Roberto Carneiro, que tem a habilidade para ganhar dinheiro de todas as maneiras e feitios e onde estava, igualmente, o dr. Daniel Sampaio, irmão de Jorge Sampaio, para o qual, ainda há pouco tempo os pais eram os responáveis por todos os males que as criancinhas faziam e agora já defende a necessidade de maior autoridade nas escolas e na família.
Esta e outra gente comportaram-se com uma comissão liquidatária da Casa Pia e o ministro foi aprovando, aprovando, asim como aprova tudo da Santa Casa.
Esperemos que saiba que muito do património da Casa Pia foi doado em testamento por gente que apreciava os objectivos para que foi criada a Casa Pia e não permita, por exemplo, que algumas das quintas existentes por essa via vão parar às mãos de alguns dos liquidatários.
Espero que o ministro saiba que, por exemplo, os herdeiros dos doadores da Quinta de Colares, dado o desevolvimento da situação na instituição estão dispostos a reclamar a sua devolução, o mesmo acontecendo com os proprietário do Arrife, cuja doação tinha como objectivo a criação de uma Escola Agrícola.
Agora, a Casa Pia vai dispensar não sei quantos professores e a dona das galinhas resolveu promover uma campanha de marketing, oferendo medalhas aos que têm mais de 25 anos de trabalho na instituição. Tanto quanto julgo saber, os laureados gostariam de meter as medalhas em sítios esquisitos, mas não querem correr o risco de, também o ministro Vieira da Silva, com aquele ar de homem sério, lhes mover um processo disciplinar e correr com eles para os bancos do jardim onde é cada vez mais difícil encontrar um lugar para jogar a sueca.
Cansei!!!
Cansei de saber que há gente nos hospitais angustiada porque, depois de hospitalizada um certo número de dias, tem que pagar o internamento - contas que, às vezes, chegam a assustar. Imaginem um idoso (velho mesmo) reformado, com uma pensão de miséria, com uma conta de hospital de três mil euros na mão, com um funcinário à perna a dizer-lhe que tem que pagar.
Cansei!!!
Não foi para isto que votei e estou a adivinhar uma ditadura do medo, que também me assuta porque também eu vou caminhando para idoso (velho mesmo!!!)
É preciso acabar com isto. Esta democracia já não serve as pessoas de bem, já não serve o povo. É preciso passar a palavra e começarmos a organizar grupos de cidadãos dispostos a contestar este poder sem legitimidade porque os seus representantes foram eleitos para cumprirem um programa que adulteraram profundamente.
É preciso acabar com o sistema. Não basta que este governo caia, porque , a seguir, virá outro ainda pior, com piores homens e mulheres.
Este governo já não representa os portugueses. E outros, eleitos no mesmo sistema, também não o representarão.
Cansei de ouvir mentiras, prosápias, discursos ocos feitos em tom grandiloquente. Cansei de ser sujeito a leis feitas por gente que nunca trabalhou, que começou nos bancos da escola a fazer política e nas fotocopiadoras dos partidos a delinear carreiras de chefes de gabinte, secretários de estado, ministros e - quiçá! - primeiros-ministros.!
Estou cansado, PORRA!!!!

sexta-feira, junho 29, 2007

FICAR A DEVER

Qualquer criatura que compre casa a crédito contrai o dever de lealdade para com a instituição de crédito. Em boa e honesta verdade, a instituição está-se nas tintas para a lealdade, quer é o taco a tempo e horas e quer, agora, extrair mais a quem não cumprir na hora do vencimento. Mesmo que vá ao café dizer que o banqueiro é um agiota, mas pague, o banco borrifa-se. Com os ministros pia mais fino. Eles entendem que têm o direito de fazer asneiras e dizer disparates, sem que o funcionalismo hiper dependente possa rebolar-se de gozo, tal como o faz o comum dos mortais. O dever de lealdade deve inibir o funcionário, ou a funcionária, sobretudo se é conhecido o seu sentido de voto, porque se for devoto, bom! bom! vocês sabem: Deus é grande e misericordioso e a lealdade é como a água benta: cada qual toma a que quer! Viram, Manuel Alegre não foi desleal, não senhor, nada disso: não sabe é ler!...
Um outro manda-chuva antes destes, também ele, um furioso do dever de lealdade, perseguia os desleais com requintes de malvadez fascista e foi por essas e por outras que lhe chamaram nomes feios. Agora, pelos vistos, é um direito democrático...

quarta-feira, junho 27, 2007

A vergonha do Hoquei em Patins

A selecção nacional de hóquei em patins quedou-se por um mísero sexto lugar no último mundial da modalidade, perdendo com a Suiça (que a Espanha, entretanto goleou por 8/l) e depois com a França.
A classificação é uma vergonha, mas pior é o seleccionador vir dizer, no final, barbaridades, tais como "o hoquei evolui e os outros países também evoluem.... e não sei que mais"
Oh! homem! É isso mesmo.Nós que sempre fomos os melhores temos que evoluir mais que todos os outros.
Além disso há coisas importantes que Portugal - e a Espanha - deveriam fazer no que respeita às leis do hóquei. Aquela lei do anti-jogo que obriga que só se jogue em meio campo (um jogo com rodas...e não aproveita o espaço todo????!!!!!!!) veio beneficiar os jogadores com menos técnica e menor velocidade, que foram sempre as grandes armas portuguesas.
Por isso, senhores responsáveis do hóquei nacional, façam evoluir a modalidade e lutem por que as regras permitam a exploração de todo o nosso potencial.
Porque será que os portugueses não conseguem fazer prevalecer os seus interesses a nível internacional? É que, por vezes, nem sequer os conseguem identificar...

sábado, junho 23, 2007

HÁ MAR E MAR...

Quando eu era mais novo, e já havia Portela, ia-se de barco para o Brasil, como, grosso modo, se ia para África. Não me recordo se podíamos ir directos para os «states» em barcos portugueses ou como é que se faria. Os americanos também vinham de barco. Foi a guerra que melhorou os aviões. Mesmo assim durante muito tempo para mudar de continente pelo ar era preciso passar por Santa Maria. Por cá existiam duas companhias de transporte marítimo. Uma Nacional, outra Colonial. Vejam lá se adivinham qual era a que ia para África e a que ia para outros destinos. Mas, mesmo antes da Portela, já se andava de avião. Sei porque o senhor Gago Coutinho foi ao Brasil, com Sacadura Cabral, se não estou em erro. Foram de hidro, que emergia da água. Ele era dado a devaneios. Depois do Brasil teve um fraco pela Beatriz Costa, cuja dita não deixou, por isso, de ir ao Brasil de barco.

Nem sei se houve discussão sobre o aeroporto ser na Portela ou se alguém preferia a Malveira. Quando foi feito, o «senhor dos aneis», que havia nesse tempo, não costumava discutir nem com jornalistas, nem com o comum dos mortais. Mandava fazer. E fazia-se.

E quando o patrão Adolfo começou a fazer a união europeia dele, já tinhamos aeroporto. E, como já expliquei, continuou a ir-se de barco, tudo que fosse para além do jardim da Estrela. Avião demorou o seu tempo até tornar-se meio de transporte. A parte chata com os navios é que só andavam na água e nunca alguém se lembrou de lhe pôr umas rodas! O aeroporto dos barcos era o Cais de Alcântara e a alternativa o da Rocha de Conde de Óbidos. O Terreiro do Paço e o Cais do Sodré só davam para Cacilhas. De Belém, além de papar pasteis, podia-se ir para a Trafaria, com os calções de banho enrolados na toalha.

E de Santa Apolónia sabia-se pouco. A estação da ordem era a do Rossio, com o túnel em fundo, repleto de fumarada.

Nos anos trinta, sei eu, já havia linha de Sintra. Via-os passar por Queluz, onde morava à beira da estação. Como por lá passavam também comboios para o Porto.

O marquês de Pombal, que teve de reconstruir a Lisboa que o terramoto destroçou, deve ter ficado passado quando lhe contaram que Lisboa estava cheia de eléctricos, tão eléctricos tão, que nem precisavam mais de cavalos para os puxar. Nem deve ter acreditado!Nem sei como fizeram, mas como eram ingleses faziam e tomaram bem conta do que fizeram até que, a dada altura, mijaram fora do penico e o artista da calçada da Estrela pô-los a mexer daqui.Também os telefones eram ingleses e deixariam de o ser pelo mesmo motivo, o dos ingleses serem pacifistas com as guerras dos outros.

No pós guerra o automóvel surgiu de rompante e com ele as auto-estradas e o desleixo pelos comboios. Os aviões engrossaram de tamanho e de número. O retorno ao comboio começou a brotar com os comboios velozes do Japão. Uma parte da Europa começou a reconsiderar. E a França avançou com o TGV.

O problema com os comboios de alta velocidade é o de serem outros comboios a exigir outras linhas. Comboios seria fácil: bastava deixar entrar, que eles depois saíam. São precisas outras linhas, as nossas já estão gastas. E as linhas é que custam os olhos da cara. Quando foi da Feira de Sevilha, os espanhóis avançaram com a linha Madrid-Sevilha, para alta velocidade. Na altura
acharam por bem travar. Os riscos em Espanha eram e continuam a ser levados em linha de conta e o comboio começou por ir menos depressa do que podia!Não se pode evitar tudo, mas faz-se um esforço. E o esforço em prosseguir está de volta. Não se vislumbram muitas alternativas: ou abrir a porta ou marcar passo. Nem esqueçam que tempo é dinheiro...

Quando se coloca a questão do preço deve ter-se em conta a qualidade do serviço que se deseja.
É a linha em condições que permite um bom serviço e atrai consumidores.

Se já houvesse tgv no tempo do primeiro dos afonsos ele teria decerto chegado mais depressa a Lisboa, mas talvez deixasse pelo caminho, para os moiros, a Ota, a Universidade coninbriceira e a fabriqueta socrática de queimar o ferro velho...

Pena é que não se possa construir o aeroporto em Virtudes, onde até já passa o comboio. Imaginem o aeroporto de Virtudes. Poder-se chegar ao topo do mundo como gente de Virtudes.
haverá preço para um aertoporto destes?

quinta-feira, junho 21, 2007

POUCA TERRA - POUCA TERRA

Creio que se pode e deve contestar medidas do governo sem contestar o governo em si mesmo.
Quando defendi a continuação da Portela fi-lo logo que foi apresentado, ainda no tempo do governo de Guterres e não mudei de opinião, nem os posteriores governos me deram motivos para mudar de parecer.
Quantos a comboios é uma questão diferente. O governo prepara-se para um sonho, não direi impossível, mas pior que isso: desnecessário. E eu sou a favor do caminho de ferro. Pessoalmente adoro comboios e ainda recentemente usei o TGV entre Nantes e Paris; a primeira vez que usei essa beleza foi no Século passado, para ir a Marselha ver o França-Portugal a contar para o Europeu, ainda jogava o Chalana!
Por cá, não precisamos de TGV para porra nenhuma.Mas precisamos, isso sim, de piso decente para os comboios. Os outros que tragam até cá os seus deles tgvês. Desde que cá possam chegar,
estamos servidos.
A verdade é que não temos nem espaço, nem destinos para linhas de TGV. O que dispomos é de mau piso. As linhas não aguentam. Mas, meus senhores, dispomos de comboios capazes de fazer Porto-Lisboa em menos de duas horas, os comboios, sim, as linhas não.
A segunda verdade tem a ver com o investimento. Não faz sentido ir de tgv à Cruz Quebrada e para um tgv, Santarém é Cruz Quebrada, ou nem isso. Houve quem refilasse porque a CP (parece que já não se diz assim) cortou nos intercidades e nos alphas. Costumo apanhá-los, de vez em quando, aqui, em Santarém. Acontece-me com frequência ser o único passageiro a subir, mas o mais frequente é haver dois ou três passageiros pacientes e, dentro haver lugares de sobra. Estou, como se vê, no principal eixo do País. Comboios cheios há-os, com certeza, entre Lisboa e Porto, não todos, mas alguns ao longo do dia, mas nem um só, creio eu, directo entre Lisboa e Porto. Se deixarmos Julho e Agosto de fora, quantos comboios ditos rápidos haverá entre Lisboa e Faro? Alguns deles cheios?
Como as linhas são más, e para a maioria dos destinos por via única, incluindo o que vai para um povoado distante, nem sei se conhecem e se chama Espanha, os comboios, dizia, tornam-se maçadores. Será, talvez diferente, quando houver linhas aptas e comboios ultra. Talvez. Lembro que, em França, houve um período divertido em que muita gente parisiense, sobretudo a que trabalhava com computadores, trocou de casa e foi ou para Lyon ou mesmo para Marselha, onde o preço das casas era mais acessível, e vinham a Paris uma ou duas vezes por mês.
Hoje há montes de tgvês por toda a França e nem todos andam muito depressa, mas compensa e se repararem a maoria dos passageiros anda com o seu pc.!!!
Não faço ideia se os suiços já têm tgv. Nem devem precisar, o francês já lá chega! E quando algum deles aqui puder chegar vai ser uma festa...

terça-feira, junho 19, 2007

PORCOS, FEIOS E BERAS

Devia começar a cronicar a resmungar pelo mau cheiro dos porcos, mas já lá vou. Tenho de começar pelos bem vestidos. É que antes de abrir por aqui fui espreitar as últimas e lá estava o elegante ministro dos aeroportos a dizer que não senhor, Portela+1 nem pensar. Este ministro, ele sim, ele dá que pensar e quem devia pensar nele mais a sério era o primeiro a contar da esquerda.
Outras descargas de mau gosto ocorrem de vez em quando. São efeitos, maus, das suiniculturas,
perdão: dos suinicultores, que continuam a beneficiar do deixa andar das autoridades para descarregar sobre os rios e, pior ainda, sobre veios de águas subterrâneas. Existem meios e modos de criar porcos para abate, sem infernizar a vida à vizinhança com os odores dos bichos propriamente ditos e os dos porcos dos donos e vice-versa.
Sei do que falo porque resido no campo, onde laboram algumas das criaturas que vivem (e bem) de maltratar os bichos e os vizinhos. No entender dos «ditos cujos» quem não está bem muda-se. No meu entender é o ministro da Agricultura, não só este, mas todos os outros que por ali passaram que se estão e estiveram nas tintas. Por aqui ainda havia quando eu cheguei muitas fontes de água natural, fresca e deliciosa. Me espantei por não haver quem se desse ao cuidado
de explorar comercialmente a água que jorrava das fontes e escorria ao Deus dará. É verdade que algumas das lojas de comes e bebes se davam ao trabalho de encher muitos garrafões de água, que, depois, enchiam garrafolas de marca. Distrações. A s próprias autarquias estão sempre a chorar por investimentos e não investem no que têm à mão. Neste do meu burgo não investiram e já não podem investir porque os veios de águas subterrâneas estão contaminados.
Só resta aos autarcas comungar com os senhores suinicultores e fechar os olhos ao crime.
Acima dos autarcas os membros dos governos, que estão ou passaram, não sabem, não viram, não estavam lá. Porcos? Ora!... Por vezes os rios transbordam. Que maçada. Às vezes multa-se um deles, decerto com muitos cuidados. Trata-se, meus senhores, de um crime contra a Natureza; de um crime contra a humanidade. Até aqui sem intervenção estatal...
Recentemente arribou gente nova que, tal como eu, quando cheguei, há 15 anos, tentaram mobilizar os vizinhos para se queixarem do mau ambiente que as suiniculturas proporcionam.
O responsável pela Junta de freguesia cedeu a sala das festas para a vizinhança se reunir.
Numa dessas reuniões esteve presente um «distinto», vai entre comas para evitar um palavrão,
cujo dito explicou que não era dono dum fábrica de perfumes!
No município mostraram-se compreensivos, mas com muita pena de não poderem fazer nada. Mas acharam por bem prevenir o pobre infeliz da Junta que à próxima cedência da sala para fins inconvenientes ficam sem subsídio para festarolas...
Entretanto, todas quartas-feiras aumentam o preço da água canalizada, pouco aconselhável para beber sem prévia fervura. Por tudo isto, todos os crentes e devotos ficam avisados que sempre que comerem carne de suino devem pedir perdão...

segunda-feira, junho 18, 2007

TODOS JUNTOS...

Dispomos de(nem sei se deva dizer aturamos?)um governo maioritário. Neste caso podemos verificar que temos um ministro que diz que manda, outro que faz o que quer, um outro encarregado de dizer disparates e uma ministra que é má como as cobras. O primeiro da escala garante que não senhor, os centros de saúde não fecham. Mas o outro vai-os fechando e não abrem, que é para tratar melhor dos doentes. Com a Ota está a ser um pouquinho ao contrário, não se sabe bem quem é que diz sim e quem diz não!O problema não reside unicamente no aeroporto ou na falta que esteja a fazer, este tipo de urgência premente pode sempre esperar. A urgência urgente é outra e terá mais a ver com financiamentos a desfinanciados carentes e já quase afogados em carências.
Um projecto para andar não pode ser barato. Quem nos apoia nosso amigo é, logo precisa de ser estimulado.É óbvio que para o «nosso» amigo o estímulo pode vir de qualquer lado, conquanto chegue a tempo e horas. Deve ser isso que motivou o Porto a avançar também com um projecto para o aeroporto de Lisboa, que ficaria melhor centralizado se fosse estendido na Trofa ou em Vila Nova de Gaia. Bota-se um tgv, ao cantinho, do lado esquerdo, e chega-se ao Marquês, num estantinho, sem afectar o impacte ambiental do deserto Seixal e das áreas agrestes envolventes.
Quem poderá torcer o nariz é Aveiro, por mór da Ria, mas o presidente da Câmara de Gondomar daria um jeito para pôr o Beira Mar na primeira divisão. Depois, na Portela, podia-se ter o já prometido jardim pequenino, para passear os cãezinhos dos prósperos moradores dos bairros, que brotariam de jacto, logo que o aeroporto fosse à vida...

quarta-feira, junho 06, 2007

NÃO É POR MUITO ARGUIR/ QUE AMANHECE MAIS CEDO

Parece que não quer dizer nada. Acusar não é condenar. O «barão da droga» foi arguido, fugitivo, acusado, julgado, condenado, recorrido, rejulgado e absolvido!
Talvez acabe por ter uma estátua, ou por comprar a Telecom e acumule com o Expresso, se entretanto o fumo não lhe der cabo dos pulmões.
É, afinal, uma lufada de ar fresco ser-se arguido e presidir-se à câmara de Paio Pires,de Fornos de Algodres ou dos Mártires da Pátria.
A gaita é que não tem importância mas chateia. O comum das criaturas pensa mal da condição arguida.Incomoda os senhores,ainda que os não iniba de se recandidatarem, a Lisboa,por exemplo!
Ora bem: a questão não é, nem deve ser, saber o que fazer de um arguido ou qual deve ser o comportamento do vilipendiado, porque em boa e honesta verdade «arguido» é um adjectivo do caraças!
A palavra não tem o cunho que se lhe atribui, dizem os manda-chuvas. Nesse caso devia
sacudir-se do léxico, excluí-la. Em vez disso o senhor Procurador preconiza arranjar outro termo. Se não fosse o senhor Procurador ser o procurador que é atraver-me-ia a afirmar que isso é disparate. Quando um meu vizinho do segundo esquerdo, que é distraído que se farta, me perguntasse o que é isso de ser «testemunha qualificada»?, eu, que sou burro, dir-lhe-ia: "é um arguido"! Para ele completar:"Ah!tou a ver"!!!
O problema é outro e é profundo, maquiavélico, diria melhor.A diferença entre ser um xui ou um magistrado a qualificar um cidadão de arguido não é nenhuma se...
As coisas continuarem como são! O que lixa o sistema é o próprio sistema ser criminoso.Acusar alguém de isto ou aquilo e demorar dois, três ou mais anos a proferir uma acusação ou a julgar a causa é lixado, absurdo, doentio. Classificar alguém de suspeito, arguido ou testemunha qualificada deverá, isso sim, implicar julgamento imediato.
Não faz sentido causticar o autarca de Oeiras ou os de outras câmaras e os processos não andarem para a frente. Não faz sentido andar, agora, a perguntar as horas a João Soares, quando o relógio dele é já outro. A madame de Felgueiras não fugiu por ser arguida, baldou-se foi quando a avisaram de que iria ser detida. Os amigos são para as ocasiões e um «amigo» daqueles bem podia ter sido arguido de qualquer coisa, mas até as criaturas com poderes para arguir o próximo fazem por esquecer...

segunda-feira, junho 04, 2007

O Ridículo da Comunicação em Portugal

Nos últimos anos criaram-se inúmeras Universidades em Portugal e em todas elas cursos de comunicação, marketing, jornalismo e afins.
É verdade que a maior parte das pessoas formadas nessas universidades está desempregada, manda curriculos para tudo quanto é sítio, ou está a trabalhar noutras áreas para onde entrou escondendo o facto de ser licenciado em comunicação ou qualquer outra coisa afim.
Com tanta formação e com tanta concorrência seria de esperar que a comunicação feita em Portugal tivesse algum nível. E não refiro apenas o jornalismo onde acontecem coisas verdadeiramente espantosas (ontem, por exemplo, um comentador de ténis, na Eurosport dizia que um dos treinadores de uma das participantes tinha feito um trejeito indicativo de que estava a "evacuar a tensão").
Ora, com tanta gente desempregada no sector da comunicação (seja ela qua seja) é legítimo pensar que os outros, os empregados, produzam com qualidade.
Presunção errada, do meu ponto de vista, claro....
A Publicidade produzida em Portugal é tão ridícula que assuta. Há, por exemplo, uma série de anúncios de Rádio e Televisão, feitos por um rapazinho que até tem jeito, é mesmo um bom humorista, e que se chama Bruno Nogueira, sobre uma cerveja, que é de fugir.
Mas o meu objectivo é falar do cartaz de campanha de António Costa em que ele aparece de braços cruzados. O retrato é mesmo infeliz: o sr. parece aleijado. Há ali qualquer coisa que lhe tira parte de um braço...
Como é possível? O PS não tem gente com olhos direitos? O próprio António Costa não tem medo de ser ridicularizado pelo próprio irão na SIC, já que ele não perdoa gagues, como ficou demonstrado com aquele célebre engano do António Guterres sobre o PIB nacional?
Por amor de Deus, retirem o cartaz o mais rapidamente possível e renovem a equipa que está a fazer a campanha!