Creio que se pode e deve contestar medidas do governo sem contestar o governo em si mesmo.
Quando defendi a continuação da Portela fi-lo logo que foi apresentado, ainda no tempo do governo de Guterres e não mudei de opinião, nem os posteriores governos me deram motivos para mudar de parecer.
Quantos a comboios é uma questão diferente. O governo prepara-se para um sonho, não direi impossível, mas pior que isso: desnecessário. E eu sou a favor do caminho de ferro. Pessoalmente adoro comboios e ainda recentemente usei o TGV entre Nantes e Paris; a primeira vez que usei essa beleza foi no Século passado, para ir a Marselha ver o França-Portugal a contar para o Europeu, ainda jogava o Chalana!
Por cá, não precisamos de TGV para porra nenhuma.Mas precisamos, isso sim, de piso decente para os comboios. Os outros que tragam até cá os seus deles tgvês. Desde que cá possam chegar,
estamos servidos.
A verdade é que não temos nem espaço, nem destinos para linhas de TGV. O que dispomos é de mau piso. As linhas não aguentam. Mas, meus senhores, dispomos de comboios capazes de fazer Porto-Lisboa em menos de duas horas, os comboios, sim, as linhas não.
A segunda verdade tem a ver com o investimento. Não faz sentido ir de tgv à Cruz Quebrada e para um tgv, Santarém é Cruz Quebrada, ou nem isso. Houve quem refilasse porque a CP (parece que já não se diz assim) cortou nos intercidades e nos alphas. Costumo apanhá-los, de vez em quando, aqui, em Santarém. Acontece-me com frequência ser o único passageiro a subir, mas o mais frequente é haver dois ou três passageiros pacientes e, dentro haver lugares de sobra. Estou, como se vê, no principal eixo do País. Comboios cheios há-os, com certeza, entre Lisboa e Porto, não todos, mas alguns ao longo do dia, mas nem um só, creio eu, directo entre Lisboa e Porto. Se deixarmos Julho e Agosto de fora, quantos comboios ditos rápidos haverá entre Lisboa e Faro? Alguns deles cheios?
Como as linhas são más, e para a maioria dos destinos por via única, incluindo o que vai para um povoado distante, nem sei se conhecem e se chama Espanha, os comboios, dizia, tornam-se maçadores. Será, talvez diferente, quando houver linhas aptas e comboios ultra. Talvez. Lembro que, em França, houve um período divertido em que muita gente parisiense, sobretudo a que trabalhava com computadores, trocou de casa e foi ou para Lyon ou mesmo para Marselha, onde o preço das casas era mais acessível, e vinham a Paris uma ou duas vezes por mês.
Hoje há montes de tgvês por toda a França e nem todos andam muito depressa, mas compensa e se repararem a maoria dos passageiros anda com o seu pc.!!!
Não faço ideia se os suiços já têm tgv. Nem devem precisar, o francês já lá chega! E quando algum deles aqui puder chegar vai ser uma festa...
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