segunda-feira, junho 14, 2010

Recuperar Che contra a fatalidade da escravatura

Ernesto Guevara, o argentino que se juntou na Sierra Maestra a Fidel de Castro para derrubar Fulgêncio Bapptista, faria hoje 82 anos. Foi assassinado em 9 de Outubro de 1967, na Colômbia, quando tentava, de um modo desastrado e demasiado voluntarista para um homem com a sua formação e as suas responsabilidades, convencer os camponeses colombianos que tinham direito à revolta

Foi traído- como era de esperar - e as forças da direita de todo o Mundo saudaram a morte do Homem que, entretanto, sem se saber bem porquê se transformou num símbolo romântico da revolução, e todas as revoluções.
Lembro-me quer, em 1969, eu tinha na parede do meu escritório da minha casa do Lubango, sempre de janela aberta, um poster vermelho do Che. A propósito daquele retrato fui conversando com gente jovem, que, desse modo, ficava a saber o outro lado da realidade que se lhes apresentava.
Hoje, 43 anos depois da sua morte, o mito continua. Ora, eu acho que devia olhar-se para o Che doutro modo e esquecer o romantismo da boina, para o encarar como um exemplo para resolver a actual situação em que todos nos encontramos: sem Estado, entregues a um grupo de financeiros abutres e sem ninguém que ponha ordem no que quer que seja. São eles que mandam e não dão a cara. Alguns - sabe-se - que têm lindas testas, desde que os jovens da nossa terra e não só, de todo o Mundo comecem a perceber a armadilha em que caíram - bem pior do que a que foi montada para matar Che.
O Che sem boina e com um sorriso de confiança e de esperança no futuro. É para essa fotografia que é necessário olhar para acreditar que a escravatura não é uma fatalidade.
Saudemos a memória de Ernesto, o Argentino, de quem se disse, igualmente, que mandou fuzilar muita gente. É capaz de ser verdade...