Quando chegou ao poder em Lisboa, o ex-presidente da Figueira da Foz teve uma única preocupação: esconder os números, mistificá-los, para, desse modo criar, à semelhança do que fez na cidade de onde viajou para várias voltas ao Mundo, de automóvel, um oásis que levasse os portugueses a dar-lhe um mandato de, pelo menos, dez anos.
Par esse desiderato encontrou o parceiro ideal: António Bagão Felix, que já tinha enganado o pessoal na Segurança Social.
E assim, os dois, de mãos dadas, foram apresentando números cada vez mais optimistas, até que... afinal a receita fiscal não só não subiu 4,5 por cento, como até desceu 0,5 por cento.
É um hábito português: enganamo-nos uns aos outros com os números e com as percentagens. Somos peritos em manobrar percentagens. Mas não só.
Atentemos nas facturações de Dezembro das grandes empresas prestadoras de serviços. Os enganos que acontecem, sempre no sentido de aumentar os valores que lhes permitam apresentar melhores resultados do que os que realmente têm.
Mas não só: há empresas que param os pagamentos aos fornecedores a partir de Setembro. Para quê? Para apresentarem, com as necessárias engenharias financeiras, grandes resultados no final do ano. Os tais resultados que justificam os altos prémios de desempenho no cumprimento de objectivos.
Não é apenas no Estado, portanto. Também as grandes empresas mistificam os números. E estas com um objectivo provavelmente fraudulento.
E, se no Estado há a possibilidade de um novo governo pôr tudo a claro e iniciar uma nova vida, nas empresas ninguém arrisca, porque desmontar as engenharias financeiras de anos e anos pode significar o descalabro.
Foi este país e esta gente que nos coube em sorte. Que havemos de fazer?
PS. tenho recebido alguns e-mails que me interrogam sobre a razão por que trato o actual primeiro-ministro por ex-presidente da Figueira da Foz. Eu explico: é que foi a única coisa que ele fez na vida. E mesmo assim mal. Não chegou ao fim de nenhum outro mandato ou de qualquer outra tarefa.
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