Durante anos o deputado Paulo Portas matraqueou os ouvidos do Parlamento e de toda a gente com o crescente índice de criminalidade. Os números saltavam-lhe da garganta como coelhos da cartola de qualquer mágico. Assustava: as senhoras apertavam as carteiras contra o peito, os homens entravam no Metro a apalpar o bolso das calças e toda a gente fechava bem as janelas de toda a casa antes de ir para a cama. Mas, no dia seguinte, lá gritava o então deputado Paulo Portas - às vezes lançava o seu grito nas feiras - :" estamos a ser roubaaaaados!!!!".
Mas, isso foi há alguns anos. Agora, eu já fui à polícia sete vezes para dizer que me assaltaram o carro para roubar o rádio (vejam lá!... um insignificância) e há sempre um agente da ordem, com ar inteligente, que me diz para ter cuidado. Ele quer lá saber que eu pago impostos, que, supostamente, o obrigam a a velar pelos meus bens. Provavelmente, pensa que devo levar o carro para a cama, ou para um daqueles parques de estacionamento que o ex-presidente da Figueira prometeu para Lisboa.
Conheço outras pessoas a quem aconteceram coisas piores, mas não há um deputado como Paulo Portas para gritar: "aqui del-rei!!! que nos roubaaaaam!". Nem agora, que um ministro foi a S. Tomé doar uns gravadores de som, e uns microfones velhos e gastou oitenta e três mil euros. Oh! dr. Paulo Sacadura Cabral Portas, está a perder oportunidades! Mais de oitenta mil euros é um roubo a sério. Para mais num país em crise, em recessão, à beira da falência...
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