Este país parece não ter memória. Freitas do Amaral escreve um texto numa revista nacional a apoiar (mais do que apoiar, a pedir) uma maioria absoluta para o PS nas próximas eleições legislativas e toda a gente faz um ar espantado. Paulo Portas, inclusivé, diz que aquele não é o Freitas que ele conheceu.
Portas ainda andava de calções - ou bibe? - e já Freitas do Amaral fazia alianças com o PS. Esqueceram o governo PS/CDS, com Salgado Zenha a dar a cara para defender a iniciativa, classificando o CDS como partido do centro-esquerda?
Além disso, o próprio Diogo Freitas do Amaral, num daqueles programas televisivos para recordar os primeiros anos pós 25 de Abril, disse -não mandou ninguém dizer por ele - que Mário Soares o tinha incentivado a formar o CDS.
É evidente que a estratégia, nessa altura, era do secretário geral do PS: queria dividir a direita.
Mais tarde, quando foi necessário indicar alguém para Presidente da Assembleia Geral das Nações Unidas, Mário Soares indicou quem ? Diogo Freitas do Amaral.
Mais história: o PSD de Cavaco Silva não pagou a parte das contas que lhe cabia da campanha para a Presidência da República em que Freitas defrontou Soares. E ele assumiu o compromisso de as liquidar pessoalmente, com os proventos obtidos através dos seus pareceres jurídicos.
Mais ainda? Depois da vitória da AD, com Sá Carneiro, o PPM e a ASDI, o CDS ficou reduzido a um partido de taxi. E porquê? porque Pinto Balsemão, na sequência da morte de Sá Carneiro, não chegando a ser igual a Santana Lopes, andou lá perto.
Além da história, há a consciência cívica de Freitas do Amaral. Só os cidadãos sem consciência cívia hipotecam o seu voto a um cartão de partido, como se de um clube de futebol se tratatasse, assim como aquele que conta em público que no dia seguinte a ter nascido era sócio do Sporting.
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