Leio os jornais, ouço as rádios, vejos as televisões e volto ao computador, para a blogoesfera, onde encontro informação clara, comentários esclarecidos, poetas inspirados, fotógrafos com objectivas limpas.
E isto lembra-me a rede clandestina de cultura e informação que se desenvolveu na antiga União Soviética, à margem do poder instituído e que, aos poucos, foi impondo a exigência de uma informação que retratasse o mais possível aquela realidade e a do resto do Mundo.
A União Soviética começou a desmoronar-se quando atirou a informação do estrangeiro para os envelopes fechados dos correspondentes da TASS e a realidade nacional para as catacumbas dos intelectuais proscritos.
A comparação ainda está longe mas já ocorre, quando se leêm os nossos jornais, se ouvem as nossas rádios e se veêm as nossas televisões Eles retratam um regime tão fechado à volta de interesses de minorias tão parasitas como as do aparelho de poder da União Soviética.
A diferença, para além das dimensões, está, sobretudo, na aparência. Para quem não frequenta a blogoesfera, a comunicação oficial, de papel passado, parece livre e democrática. E colorida!
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