terça-feira, março 22, 2005

Recapitulação I

Ao longo dos meses - sem quase dar pelos dias a correr - fui escrevendo as minhas impressões sobre o que ia acontecendo à minha volta, sobretudo nop domínio da política. Alguns dos textos, entretanto sobrepostos por outros demonstram-me, agora, que há impress~~oes que valem a pena ser lidas. Deixo hoje alguns exemplos.

O primeiro tem a ver com o desastre PSD/CDS e alguns dos seus anúncios mais evidentes.

O Estado-Empresa ( 10 DEZ 04)

Santana Lopes encarregou António Mexia de elaborar o programa de governo com que este PPD/PSD vai concorrer às próximas eleições legislativas antecipadas. Esta decisão do chefe (ou estará melhor dito caudilho?) do PSD pode ter várias interpretações. Deixo, todavia, apenas duas: ou o chefe acredita que é possível transformar o Estado numa empresa lucrativa, já que os cidadãos cumpridores e temerosos da lei vão continuar a pagar impostos para sustentar o Estado e os mesmos cidadãos, transformados em consumidores vão pagar tudo o que consumirem , de acordo com o único princípio defendido por António Mexia, o do consumidor-pagador.
Ou o Chefe acredita que a JLM ( João Líbano Monteiro e Associados) a poderosa central de comunicação (ou será melhor dito, de intoxicação ?), que suportou as sucessivas aparições de Mexia nas televisões e nos jornais vai fazer do programa do PPD/PSD um bestseller.

Problema para netos resolverem (14 DEZ 04)
Quando toda a gente imaginava que o anedotário nacional acabara, eis que os dois se reunem no Ritz e, com toda a pompa e circunstância, anunciam a festa do divórcio. Só não se sabe onde foram passar a lua de mel. Vão regressar em breve ao casamento - a sério - para ralhar um com o outro. Novo casamento entre as respectivas famílias só já entre netos. Nessa altura espera-se que haja netas para a cerimónia.
São apenas conjecturas sugeridas por esta opereta a que temos assistido, com um final anunciado: no palco vai entrar um taxi para levar os deputados do PP ao Parlamento, já que vai ser necessário poupar para pagar as obras do Caldas. Paulo Portas recusar-se-á entrar.No mesmo plano e mesma cena, ainda mais torto do que tem aparecido nos últimos dias, mais vergado e mais coitadinho, Santana Lopes sairá pela porta das traseiras para não ser visto pela multidão dos seus até agora apaniguados. Sem saber para onde ir, acabará, seguramente, por ser acolhido na Quinta, em grande festividade.

Castração (30DEZ04)

A palavra castração é exacta para descrever o actual estado PSD. É espantoso como um partido que sempre soube reagir perante a possibilidade de chegar ao poder ficou parado frente à grande probabilidade de o perder.
Toda a gente perde muito tempo com Santana Lopes. Nos jornais, nas rádios nas televisões, os comentadores encartados e desencartados. Por mim, já escrevi aqui que Santana Lopes, felizmente para o país, é um problema do PSD. Todavia, quando tal escrevi ainda tinha a esperança de ver o PSD reagir e encontrar uma solução que lhe permitisse recuperar alguns dos estragos provocados pela sandice de Santana Lopes e da sua equipa.
Passado algum tempo, concluo que o PSD está mesmo manietado, sem capacidade de recuperação com toda a gente, no partido, a confiar numa coisa espantosa: na capacidade de "combate" do Pedro. Francamente! o homem até a ler os papéis que lhe dão se engasga... E quando fala de improviso só lhe vem lixo à boca!
Os profissionais do marketing político não fazem milagres e alguns, de tanto se esforçarem, acabam mesmo por conseguir os efeitos contrários ao que programaram.
Este PSD está mesmo castrado e isso não é bom para a democracia portuguesa, até porque, depois das eleições, os ajustes de contas não vão ser rápidos. Santana Lopes não é o único responsável. Quem o deixou chegar à liderança também vai ser julgado. Por quem? haverá gente limpa neste processo de destruição de uma força política com a história do PSD?

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