terça-feira, março 29, 2005

Hotel Celeste

Antes de jantar já vos deixei entender que cometi a leviandade de ler no comboio. De ler não um livro interessante ou, pelo menos que estivesse de moda, mas um simples matutino, cujo nome dobrou o século. Estou lixado. Peguei no pasquim para clarificar a existência e descortinar a data da fundação. Não vi. Devo ter procurado mal e devo andar a ler pior. Então não li que a sede é no Porto e a filial na Av.da Liberdade, em Lisboa.
Devo estar doido. Que direito tenho eu de andar por aqui a dar bafos, se nem sei o que se passa à minha volta...
E, agora? Como é que posso continuar, se os dados estão baralhados? Ia extrapolar sobre a crónica de L Delgado, com a intençao de exprimir "o gajo disse", porra, não posso, o "gajo" é administrador, caraças, de uma loja de jornais do Porto. com uma filial em Lisboa. O senhor administrador disse, a propósito do pungente drama de Terri, qualquer coisa como "igual relevo devia ter sido dado à sua condição de católica romana, que impede a opção pela morte". Ao pé disto um tal Bid Laden, ou lá como ele se chama, é um pateta de coro.
De repente nem é a comoção pelo sofrimento da senhora, nem a coragem do marido em querer por fim ao martírio, mas a raiva contra esta estranha manifestação de intransigência que cheira a insídia. Um sujeito bem posto e bem instalado que incute o fanatismo católico e o coloca ao mesmo nível que o fanatismo muçulmano é suspeito. Não de ser parvo, mas de ser interesseiro.
Nem é a pobre Terri que está em causa, nem a devoção dela, qualquer que seja, nem o amor do marido, mas a tentação diabólica de mandar, de deter o supremo poder. Bush quer, e logo os delgados se amocham.
Será que a Santa Inquisição está de volta?

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