Quando era mais novo, não 25, mas quase 50 anos, recebi duas fotos, de mim mesmo, sete postais ilustrados e uma vintena de cartas de amor intenso e escaldante. Não percebi logo de que é que se tratava. A esbelta criatura tinha mudado, não de partido (só havia um a União Nacional e mais nenhum), mas de namorado!
Um quarto de Século decorrido, quando a menina do parágrafo acima se preparava para ser avó, a situação política tinha levado uma volta. Partidos era o que mais havia. Por isso era possível escolher os percursos. Havia quem se iniciasse no radical de esquerda, flectisse para a
extrema esquerda e, aos poucos acabasse no mirn. Durão e Santana, por exemplo, devem ser capazes de explicar isto melhor. E podia, claro que podia, citar uma boa meia dúzia de pesos pesados de raiz marxista-leninista que fizeram a mala e abalaram para outros horizontes mais dados ao espírito democrático, ainda que com nuances que se vocacionariam para o centro. De fotos ou rasgadas ou devolvidas não consta a História. A democracia dava ares de ter costas largas e as únicas fotografias a banir foram as do Estado Novo, mas por razões, digamos. higiénicas.
Justamente para lavar a imagem os notáveis do Largo do Caldas manifestam-se contra portas e marés.
Segundo reza Marcelo, o ministro para as Necessidades vai ser Freitas do Amaral. Mal, reza o prof.
Freitas tem mais 25 anos do que tinha quando foi ministro dos Negócios Estrangeiros, logo... não devia ser ele...
Mas...mas há mais...Freitas disse mal de Bush...
Dizer bem dele tem feito mal à saúde, digo eu. Aznar disse e caiu; Durão também e também foi embora.
A ideia inicial parecia ser a de que apoiando ia-se para as obras. No Iraque as explosões não param, morre gente aumentam as ruinas. Só as obras não começam. Quem sabe se não vão começar daqui a 25 anos. Nessa altura estará por certo Marcelo Novo na costa, sabe-se lá se ,
com 25 anos mais na mesma, melhor que nunca, a despachar Marques Mendes por excesso de veterania...
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