domingo, março 13, 2005

Oposição Pela Oposição

Logo a seguir à tomada de posse do XVII Governo Constitucional teci algumas considerações sobre os discursos e o enquadramento da cerimónia. Depois ouvi as reacções, sobretudo ao discurso de Sócrates. As Rádios começaram, logo, logo, pelas reacções das corporações farmacêuticas. Lá mais para a tarde aparecereram outras instituições a defender as propostas de Sócrates.

Parece-me óbvio que a venda livre de medicamentos não carecidos de receita médica não tem discussão: pode ser feita em qualquer estabeleciemento comercial, desde que tenha licença - e isso significa pagar impostos - e condições técnicas para o efeito.

Manter a actual situação é pactuar com um enquadramento legal quase do século XIX. Assim como a legislação que obriga a que as Farmácias tenham, necessariamente, que pertencer a licenciados em Farmácia. Essas e outras...

Tudo parece poder vir a ser resolvido com um governo socialista, disposto a afrontar os grupos de interesses, os tais poderosos que possibilitam o aumento exponencial do número de multibilionários, quase na mesma progressão do crescimento da pobreza no Mundo.

O que me espanta é a posição do Bloco de Esquerda - que, disposto a aceitar a despenalização das chamadas drogas leves, cujos efeitos podem ser mortais ( a canabis, por exemplo, tem efeitos vasoconstritores e, por isso, matar pessoas com problemas de coronárias obstruídas ), numa primeira declaração entende que a venda de medicamentos que não obrigam a receita médica em estabelecimentos que não Farmácias deve ser objecto de um mais profundado estudo.

Estamos a fazer o quê, bloquistas? Oposição pela oposição ? Ainda não perceberam que a vossa margem de crescimento será directamente proporcional à vossa inteligência? O "bota abaixo" resultava sempre com o Pedro. Agora há que entender as propostas dos outros e ter alguma paciência para as iniciativas próprias. O CDS/PP mandou entregar o retrato, tal foi o choque da derrota. Não queiram, vocês, um fotógrafo exclusivo para vos tirar fotografias. E depois? Quem as quereria?

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