sexta-feira, fevereiro 25, 2005

SINAIS DOS TEMPOS/2

Mesmo Alta, o que uma pessoa é não é o que foi. O que foi Filho talvez não aceitasse ser Alto, mas se aceitasse por certo haveria de intervir de forma a não pactuar com a vil tristeza a que chegou a CS. Compram-se escandalos para abrir tj ou primeiras páginas de semanários (a moda já começa a chegar aos diários). Compram-se e jogam-se para o ar mesmo que manifestamente sejam falsos ou falseados e quando é preciso desmentir fazem-no de modo a que o desmentido soe a falso.

No meio disto o cronista avençado/comprometido passa ao lado. Os círculos de comentadores políticos, esses, sim, esses têm outro peso e, por conseguinte, outra autoridade, mesmo moral, porque não disfarçam as conotações. Pacheco Pereira foi tão duro contra Santana Lopes quanto
Marcelo, afilhado de outra Marcelo, mas foi este quem mais empurrou o líder da irmandade
para o caos. Mas a que preço? O partido de todos eles já está a pagar e mesmo a prestações vai ser duro.

Enquanto isso o estado de graça do PS começa a ser sobressaltado. Os prazos regimentais são um tormento para a estabilidade que se pretende. Precisa-se, precisa o PS, de um governo sem convulsões, tranquilo, tão natural como a sede, que possa avançar para as santas reformas. E avançar para elas o mais imediatamente possível, porque reformar contunde com hábitos e vícios, que não cedem facilmente. Que esbracejam, refilam e inundam cabeçalhos, abrem tj e atiçam os cronistas pró-interesses constituidos. O estado de graça some-se. O remédio consiste em começar cedo e acabar dezoito meses e meio antes das próximas legislativas, de forma a ter tempo para fazer render as reformas, as mudanças, e valorizar os índices económicos. Para começar cedo era necessário dispôr de projectos, planificados que mobilizem. Sem isso será difícil avançar, porque tempo é como o dinheiro; não há...

1 comentário:

pindérico disse...

Excelente: até por que a lucidez começa a ser um bem precioso!