... voltando ao porta-voz dos gestores de sucesso, que nos últimos dias andam de dedo apontado ao poder político, assim com um pistolão 38, à John Wayne.
O seu porta-voz é considerado entre os jornalistas-economistas um exemplo de sucesso. Apenas isso e ponto. De sucesso
A memória fica obnibulada pelos elogios. Ele próprio se esquece que recebeu do Estado Português uma licença para instalar uma empresa de telecomunicações a custo zero. Quer dizer, não pagou um tostão pela licença, que, em qualquer outro país do Mundo teria ido a leilão e teria custado muito dinheiro - que reverteria a favor dos cofres do Estado.
Este Estado Português era então governado por Cavaco Silva, que justificou a benesse em nome da necessidade de criar em Portugal um sector de telecomunicações competitivo.
A autorização concedida à Telecel obrigava à manutenção de uma maioria de três quartos de capital portugês por um período de cinco anos. BES e Amorins subscreveram a maioria desse capital.
E subscreveram mais alguma coisa, provavelmente com o conhecimento do ministro das telecomunicações de então, Ferreira do Amaral: um acordo com uma empresa estrangeira, que, no final dos cinco anos tomou o controlo da Telecel, gerida por Carrapatoso, que, desse modo, propiciou aos accionistas portugueses o ganho de mais valias escandalosas.
Isto quer dizer: a Telecel, entretanto, adquirida pela Vodafone, nasce de uma concessão gratuita, em que o Estado, mais uma vez, abre as portas do cofre aos privados e os deixa meter a mão.
Esta é, igualmente, a explicação do sucesso de António Carrapatoso e dos milhões que vai ganhando. E também uma pequena parte da explicação para os milhões que faltam ao Estado Português para ir resolvendo os problemas das pessoas que nâo têm acesso a estes negocios - ou serão negociatas?
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