sábado, fevereiro 26, 2005

Aos Empresários Compete Investir

Não sei o que deu aos empresários deste país. Agora deu-lhes para alvitrar sobre matérias que não lhes dizem respeito. Vêm dizer-nos como formariam um governo, quem escolheriam para esta e para aquela pasta e até se permitem interferir no cumprimento do programa eleitoral do partido que ganhou as eleições por uma maioria estrondosa.

Francamente, senhores!

Então a CIP acha que o PS não deve mexer uma linha do Código de Trabalho e os srs. Belmiro de Azevedo e Artur Santos Silva e mais não sei quem entendem que os governos são muito grandes e deviam isto e mais aquilo.

Então, e os senhores fazem o quê? Por acaso, foram a eleições? Por acaso contentar-se-iam com os míseros vencimentos, relativamente às fortunas que cada um de vós ganha, que os ministros recebem.

(Um dia destes alguém se lembrou de publicar num jornal qualquer a notícia de que o engº Zenal Bava poderia vir a ser ministro da Educação. Era para rir, seguramente. De quanto seria necessário aumentar o orçamento do Ministério da Educação? E o engº iria receber comissões de quem?)

Fechado o parentesis: os srs. empresários dizem estes disparates porque os jornalistas os interrogam sobre estas matérias. Ninguém lhes pergunta: e agora, sr. engº. vai investir? E agora sr.dr., vai criar postos de trabalho.

E já agora, uma pergunta especialmente dirigida a um que não esteve no tal programa da SIC Notícias, o dr. Ricardo Salgado: vai deixar de parasitar a PT?

Srs. empresários, é hora de arregaçar as mangas e investir. Despir foi antes, já passou. Assumam as vossas responsabilidades e deixem de armar em políticos.

Quanto aos jornalistas económicos: aprendam, a fazer perguntas. Os empresários não se interrogam sobre como formar governos.

E já agora, um último parentesis: aquela notícia do engº Bava tinha como objectivo assegurar que também o PS aceitará a sua candidatura à presidência da PT - é o que ele quer.

1 comentário:

Anónimo disse...

M. Pedrosa,
Os empresários são uma graça. São os "eu faria". E é tal a euforia e vivem tão lá à frente que não lhes sobra a competência para gerir o aqui e, menos ainda, o agora. Botam opinião sobre o que os outros devem fazer, mas, para concretizar, e mal, as suas obrigações, precisam de leis que os acobertem e pseudo-justifiquem a sua incapacidade, como é o caso da lei que, ao abrigo da reorganização das empresas resultantes de fusões, lhes permitiu/permite milhares de despedimentos.
Não passam de pequenos merceeiros de aldeia que se abalançaram a gerir hipermercados.
Quanto a muitos dos jornalistas, deixaram de dar notícias e passaram a alvitrar impressões, ideias passageiras. Não lhes chegando a invenção própria, mas mantendo-se-lhe o ritmo frenético para dizer coisas, recorrem aos que se julgam as alavancas (ou serão alamancas?...)do País, para que os ajudem a "criar" notícias.
Perdeu-se a noção da realidade.
Abraço.
DespenteadaMental