Abatido? Ora, como havia de não estar. Triste? Não sei, cheio de rancor, isso sim, de raiva impotente. Chegou pelo telefone a notícia-choque: morreu no México, assassinada!
Era parisiense. Passou por aqui pelo aniversário da minha neta. Encheu sózinha o crocodilo para a catraia usar na piscina. Era a namorada do rapaz e jovem como ele. Continuaram ligados mesmo sem namoro. E voltei a vê-la algumas vezes mais por Paris, quando calhava ir lá. Uma vez foi de férias ao México e ficou encantada. Voltou e regressou ainda mais magnetizada. Deixou o emprego, fez o saco e abalou.
Ontem à noite alguém a assassinou, ainda não sei como nem porquê. Saía do trabalho e ia ter com amigos. Não sei pormenores, mas não foi no comboio, nem na praia. A violência urbana é como o tráfego rodoviário, de súbito trás!
Mas doi quando quem vai no carro é dos nossos ou quando a violência nos atinge, com um oceano de permeio.
Não saber que fazer, nem como reagir. Sei lá... ir para o Martin Moniz gritar pela exclusão deles, mas nem deve haver mexicanos por aqui. Que fazer do ódio senão recalcá-lo. A violência que nos chega pelos jornais assemelha-se à que vemos pela televisão em filmes velhos ou séries novas. Pelo telefone e quando nos toca por perto é mais amargo, até porque nos damos conta da ameaça que nos rodeia. Valerá a pena discutir se os genéricos sim ou se os genéricos não? Quando dava sinal de si parecia bem na sua pele, tinha encontrado o seu canto, nem precisou de votar não. O que é que uma pessoa tem deve fazer para ter direito a um pouco de paz?
Desculpem o desabafo. Eu sei que habitualmente só se discute o direito à vida quando se julgam criminosos...
Era parisiense. Passou por aqui pelo aniversário da minha neta. Encheu sózinha o crocodilo para a catraia usar na piscina. Era a namorada do rapaz e jovem como ele. Continuaram ligados mesmo sem namoro. E voltei a vê-la algumas vezes mais por Paris, quando calhava ir lá. Uma vez foi de férias ao México e ficou encantada. Voltou e regressou ainda mais magnetizada. Deixou o emprego, fez o saco e abalou.
Ontem à noite alguém a assassinou, ainda não sei como nem porquê. Saía do trabalho e ia ter com amigos. Não sei pormenores, mas não foi no comboio, nem na praia. A violência urbana é como o tráfego rodoviário, de súbito trás!
Mas doi quando quem vai no carro é dos nossos ou quando a violência nos atinge, com um oceano de permeio.
Não saber que fazer, nem como reagir. Sei lá... ir para o Martin Moniz gritar pela exclusão deles, mas nem deve haver mexicanos por aqui. Que fazer do ódio senão recalcá-lo. A violência que nos chega pelos jornais assemelha-se à que vemos pela televisão em filmes velhos ou séries novas. Pelo telefone e quando nos toca por perto é mais amargo, até porque nos damos conta da ameaça que nos rodeia. Valerá a pena discutir se os genéricos sim ou se os genéricos não? Quando dava sinal de si parecia bem na sua pele, tinha encontrado o seu canto, nem precisou de votar não. O que é que uma pessoa tem deve fazer para ter direito a um pouco de paz?
Desculpem o desabafo. Eu sei que habitualmente só se discute o direito à vida quando se julgam criminosos...
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