Ouço o ministro da saúde a dizer que não lhe interessa saber o que herdou - o que é importante é saber se - e indica uma série de preocupações do presente, cujos resultados há-de avaliar no futuro. Isto é: se tiver futuro...porque dentro de um a dois anos (ou até menos) todos os erros e números que herdou e de que não quer saber lhe vão cair em cima.
Esta foi igualmente a estratégia seguida pelo primeiro governo de António Guterres: não interessavam os erros do passado, as falcatruas do cavaquismo, a gestão ruinosa de algumas empresas então ainda públicas, as notícias de verdadeiros roubos constatados mesmo pelas auditorias internas. Não! o PS era superior a tudo isso.
Pois! mas pouco tempo depois a opinião pública esqueceu o cavaquismo e somou os respectivos erros aos entretanto praticados pelo guterrismo. Conclusão? Uma verdadeira calamidade e uma lesgislatura interrompida a meio.
Mais: ao mesmo tempo, tal como então, toda a comunicação social, incluindo a pública, passou a abrir todos os noticiários com notícias de crimes. Os assaltos nos combóios, os arrastões nas praias, como que por encanto passaram a existir de um dia para o outro. Só falta agora aparecer um deputado do CDS/PP, a substituir o Paulo Portas para fazer comícios clamando por mais segurança.
Ainda hoje aconteceu qualquer coisa num combóio de Sintra e a SIC abriu o jornal da noite com grandes parangonas. No final da reportagem sem que, aparentemente, nada a justificasse, apareceu um senhor da CP a dizer que o número de incidentes naquela linha tem vindo a diminuir.
Que se cuide o PS. O circo está de novo montado. Melhor seria que contassem toda a verdade. Digam como encontraram as contas públicas, como encontraram a polícia, o exército, a marinha, a força aérea,a educação, a saúde.Digam tudo. Percam tempo com essas coisas , mas digam tudo. Desssa maneira talvez não tenhamos que ouvir o metro e meio ( ou será meio metro) de nicotina a exigir, a exigir, a exigir e a esquecer-se da pouca vergonha de três anos de Barrosismo/santanismo de que ele fez parte. (refiro-me ao pequeno Marques Mendes...)
Que diabo! Esta gente não aprende nada?
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