quinta-feira, junho 09, 2005

É A FALAR ...

...Que a gente se entende. Não sou muito adepto dos silêncios estratégicos. O governo inglês adiou, não fosse o Diabo tecê-las. Em boa verdade já tinha tecido: França e Holanda optaram por um rotundo não. Durão Barroso foi falando sem dizer nada. Sócrates não sabia o que dizer. Não havia estratégia no governo, havia silêncio falado, do género esperar para ver. Freitas do Amaral, esse, sim, falou e traduziu a decisão do governo de Londres com um expressivo "o tratado da constituição europeia não é viável".
Provavelmente não é e provavelmente não vai haver outro referendo sobre o tratado, tal como está.
A reunião na Assembleia da República dos líderes parlamentares evidenciou que não era tão determinada como se afirmava no PS e no PSD a decisão de manter a consulta ao povo português. Optou-se por uma pausa. Não é,pois, um silêncio, é uma gritaria. É natural que o titular da pasta das Necessidades exprima opinião sobre matérias do seu pelouro. Se apenas se limitasse a transmitir o recado do primeiro-ministro não precisaria de ser ministro, qualquer um Fernando Gomes servia. Eles servem para tanta coisa...
Em todo o caso, António Vitorino veio a terreiro explicar o que é que os ministros devem e não devem fazer, e não devem expor posições pessoais que causem ruido. Foi a opinião dele, diria depois Freitas do Amaral, o qual ainda foi a tempo para relançar a nova moda no política portuguesa: a tempestade num copo de água...

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