No jogo da vida também dá para aprender o jogo das coincidências, algumas bem curiosas. Uma das figuras mais queridas do povo português durante uma parte importante da primeira metade do sec. XX foi a de Vasco Santana, actor popular, de personalidade multifacetada e senhor de um talento que poucas vezes foi igualado. Morreu a meio da madrugada do dia 13 de Junho de 1958, com 60 anos. O seu funeral foi uma demonstração de desgosto colectivo impressionante.
Álvaro Cunhal morreu no dia 13 de Junho de 2005, ao princípio da madrugada, e o seu funeral foi a maior demonstração espontânea de pesar nacional de que há memória em Portugal.
É apenas uma coincidência, mas dá para perceber que o povo sabe reconhecer na morte a quem apreciou em vida.
É apenas uma coincidência e, talvez, mais uma razão para o PCP perceber que a manifestação verdadeiramenmte nacional de desgosto pelo passamento do seu líder o ultrapassa. Aquilo que se viu em Lisboa, tendo também alguma coisa a ver com o PCP é muito mais do que PCP. Era interessante que os seus actuais dirigentes mostrassem alguma inteligência e tivessem impedido aquela palavra de ordem "assim se vê a força do PC", exactamente na altura em que se procedia à cremação do corpo de Cunhal. Ardia, desaparecia, a força do PC?
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