segunda-feira, junho 13, 2005

Discursos Políticos II

Apenas ouvi meia dúzia de frases do discurso de Mário Soares sobre o 20º aniversário da adesão de Portugal e Espanha à CEE, hoje UE, por isso, que me desculpe este homem cuja presença na vida pública portuguesa já ultrapassou, seguramente, a da maior parte dos protagonistas da nossa História, talvez com a excepção de Afonso Henriques e D. João V. Espero, todavia, ler, numa primeira oportunidade, tudo quanto disse naquela circunstância.

...Mas ouvi, integralmente, o discurso de Felipe Gonzalez.

Ora aí está o discurso de um político. Ficou claro o seu pensamento: pode a Europa competir com o poderio demonstrado pelos estados emergentes nesta globalização através de salários baixos?
Pode a Europa competir com os saltos tecnológicos conseguidos pelos Estados Unidos, muito à custa da guerra contra o Iraque?

Pode a Europa manter o seu modelo social contra estas ameaças?

Pode a Europa acrescentar a cada hora de trabalho imaginação, criatividade, inovação e, com isso, superar os seus reais competidores neste Mundo globalizado que os europeus desejam e para o qual comparticiparam e comparticiam?

Foram estas as perguntas de Felipe Gonzalez, que se considerou, primeiro, um "HOMEM LIVRE" e, depois, um cidadão" sem responsabilidades mas não irresponsável" e, por isso, preocupado com o actual terramoto que assola a União Europeia. A solução para a crise está nas mãos da geração actualmente detentora do poder europeu. Uma geração já sem as referências fundamentais da primeira e da segunda guerras mundiais. Esta geração - disse Felipe - tem a obrigação de governar o verdadeiro "presente de Deus" que representa a Unidade Europeia, seja a dez , a 25 ou a 35.

Oxalá Sócrates e todos os outros tenham ouvido igualmente a sua manifestação de esperança na possibilidade de a Europa manter, contra tudo e todos, o seu modelo social

Oxalá.

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