Ouve-se o ministro da defesa (é assim que se chama?) a dizer que a actual crise económica tem tais consequências que pode colocar em risco a independência nacional e assustamo-nos - seja isso o que fôr.
Meditamos sobre o significado da expressão e desesperamos - seja isso o que fôr.
Porque, a verdade é que nada já quer dizer alguma coisa.
Os políticos - sejam eles quem forem - vendem-nos, sistematicamente, o melhor -mesmo as gravatas que usam e nos mostram na televisão.
E nós acreditamos: a União Europeia! boa. Podemos andar de um lado para o outro, trabalhar aqui e ali, ver as loiras e os loiros, combóios, espanholas, Paris.
Constituição europeia - uma "nice" - todos iguais, todos diferentes.
Nada disso - dizem os políticos . Como assim? Então, não são os mesmos direitos, as mesmas obrigações, não somos todos iguais, bonitos de gravatas garridas, camisas côr de rosa e elas de vestidos transparentes...? Afinal, a vida não é o paraíso na terra e , depois, logo se vê, o que vier virá?
Não!!!!! A França recebe 25 por cento de todo o orçamento da PAC. Portugal não vê um centavo e corre o risco de ter que contribuir para aí com uns 10 milhões de contos por ano para o orçamento geral da tal PAC.
A Inglaterra recebe anualmente um cheque de compenssação que já ninguém percebe o que significa e , entretanto, a China exporta gente, tecidos, louças, peças de automóveis, CD's e tudo o resto, pagando malgas de arroz a dividir por dois ou três trabalhadores.
Os Estados Unidos, com aquele estúpido a mandar nas tropas, fazem guerras e aumentam a capacidade tecnológica - competem com todo o Mundo em termos que ninguém tem capacidade para perceber ou acompanhar, mas, ao mesmo tempo, multiplicam o número de habitantes dos vãos das pontes.
Das vinte universidades de topo em todo o Mundo apenas duas são europeias... A India licencia mais gente que toda a Europa junta
E mais quê?
É fim de semana. Passei uma semana a tentar resolver problemas insolúveis - alguns não eram tanto assim - deixem-me, agora, não ir mais longe na nossa desgraça.
Apenas quero, em cima destas preocupações todas, apontar uma nota: há mais de trinta anos que a Europa anda a fazer de África - sobretudo -, mas também da América Latina, uma espécie de caixa de reserva para os movimentos menos claros, para as corrupções escondidas e mais lucrativas.
É verdade que os governos africanos são corruptos. A sério! Mas, onde começa a corrupção que os alimenta (alguns dos responsáveis, eu sei, nem sequer sabiam assinar um cheque) ?Nas capitais europeias. E também em Washington. Os africanos ficam com uma mísera parte do jogo da corrupção.
Os políticos europeus não perceberam que uma ajuda ao desenvolvimento a África e à América Latina, concebida em termos correctos, sérios, teria construído uma aliança capaz de oferecer resistência a estes ataques muldireccionais e diversificados, responsáveis pela actual crise económica e política deste velho continente, convencido de que o seu modelo social serviria de exemplo para todo o Mundo, e agora posto perante a triste realidade de ter que admitir a impossibilidade de lutar por ele, mesmo intra-muros.
Independência nacional. O que é isso? perguntam as novas gerações a quem se dispensou do serviço militar obrigatório e a quem se prometeu a Europa toda para passear?
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