domingo, maio 29, 2005

MAIS POEIRA

No mesmo «DN», há momentos citado, vem hoje outro passado. O matutino da Liberdade (avenida da) anuncia 140 Anos de primeiras páginas. Para doirar a pílula (e com patrocínio banqueiro) acrescenta um poema diário, devidamente comentado. Quase século e meio vezes 365 dias, vai dar aí, sei lá, uma data incomensurável deles. Lido um por dia vai dar aso, pelo menos, a uma licenciatura a português arcaico.
Seja como for estou encantado. Finalmente aparece um transporte direitinho ao antigamente.
Estou fascinado por ir ler a reportagem do cinco de Outubro e dos dias subsequentes. Deve ter sido parecido do que eu vi a 27 de Abril, quando cheguei a Lisboa, de comboio, vindo de Luanda. Via Paris, primeiro e Madrid, de seguida. Não assisti à saída do sr. Américo, acompanhado com o padrinho do afilhado e o ministro do Interior, que era cheio e anafado. Vi-os no Funchal, no dia 2 de Maio, de cima de uns telhados, de onde foram fotografados.
Já sonho em levantar-me cedo no próximo 28 de Maio para saber, ao pormenor, como foi a festa, devidamente fotografada. Vou, talvez, ter acesso aos nomes dos malandros, tinham que ser malandros, porque todos os que perdem são malandros, são isto e aquilo. Afinal a História não os julgou. Acho mesmo que desde essa altura a História deixou de se ralar. Faz o mesmo que o Tribunal de Haia: deixa andar. Mais vai ser giro ler a comunicação ao povo. Saber novas da Concordata. Ver como se contou a partida dos nossos soldado para a guerra.
Aguardo com impaciência a descida até 34, aquando da atribuição do prémio literário do SNI.
Soube, por quebra dolosa do segredo de justiça, que um padre vai arrecadar o primeiro lugar com uma Romaria e deixar A Mensagem, uma espécie de Lusíadas, corrigido e aumentado, elaborado por pessoa, praticamente anónima, na sombra. E assim foi. Não conheço ninguém que tenha lido a Romaria. Quando conheci Reis Ventura, em Luanda, ele já não era padre, mas tinha a mesma configuração, escrevia um folhetim sobre a guerra para um jornal de Luanda. Parecia
um personagem do Eça. Estava cheio de certezas. Soube sempre quem foram os bons e os maus
e que foram os russos que nos lixaram.
E quero novas de Peyroteo. Dos golos dele, das vezes que me lixou a paciência. Hão-de me lembrar o Santa Maria, que foi, estou em crer, a primeira aventura do género, seguida pouco depois pelo desvio de um avião, que despejou prospectos sobre Lisboa. Mesmo sem choque tecnológico tempos houve em se inovou.

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