Tanto que uma pessoa se perde no emaranhado das explicações. Dou por exemplo as scut. A ideia é que não se pague portagem, mas...
Antes de seguir em frente, uma pequena marcha pela nacional cento e picos. O vai e vem começou a seguir ao businão na ponte. Uma manif de protesto por mór do aumento da portagem, logo apoiada pelo PCP, levou o PS a reboque. Foi um sucesso. Até então as diferentes greves não aqueciam nem arrefeciam. A Esquerda clamava por imensas adesões e o governo limitava a minúsculas percentagens. O businão surtiu efeito e obrigou o governo de Cavaco Silva a recuar. O que estava em causa era a forma como estava a ser construida a Vasco da Gama. Uma espécie de scut: ponte construida sem custos para o governo. O construtor construia uma ponte e explorava duas, durante uma porção de anos.
Foi então que do lado do PS começaram as críticas à política de asfalto do governo da direita, tanto mais que Cavaco Silva aparecia com a auto-estrada Viana-Porto à borla e um troço de Abrantes a Torres Novas, que deveria prolongar-se até Peniche e no entretanto sem custos.
Mas o pomo da discórdia passou a ser a CREL, que abriu com portagem. Defendia o PS que a CREL era uma rua urbana e que, portanto, não devia pagar.
Seguem-se eleições e o PS volta ao poder e sente-se obrigado a cumprir promessas feitas no ar.
Quer abulir a portagem na CREL, mas esbarra na BRISA, que apresenta a factura da obra. Era esse, pois o problema, que não havia sido equacionado pelo simpático ministro Cravinho. Os troços de auto-estrada sem portagem foram obra da JAE, do Estado, por conseguinte. Os troços com portagem eram obra das concessionárias, que entretanto passaram a ser mais do que uma e sujeitas a concurso público.
O que o governo de Guterres teve de fazer, para salvar a face, foi pagar a portagem de todos os veículos que circularam na CREL. Aliás, do mesmo jeito que fez com a Lusoponte, renegociou o contracto, prolongando o prazo, de modo a sustentar o agravamento de custo na Ponte, até que o comboio começasse a circular.
O problema mantém-se. Registe-se que a CREL é paga pelo utilizador e já lá vão três meses de novo governo socialista. Mas, atenção, também o ministro de Santana Lopes se propunha introduzir portagens na Viana do Castelo-Porto, na algarvia do Infante e na de Abrantes, estendida até à Guarda. A questão não é apenas saber quem paga, como se paga, mas a quem se paga? E porquê?
Podemos olhar o exemplo dos vizinhos. A Espanha construiu inúmeras auto estradas sem custos, mas fez também algumas com portagem. Também certamente teve mais e melhores apoios comunitários. Aproveitou-os bem. Ainda não os ouvi discutir sobre quem paga ou não paga, e eles também têm mudado de cor governativa.
O défice que anda na carteira do dr. Constâncio não resulta, estou em crer, de meia dúzia de quilómetros de asfalto de luxo; nem procurem motivações sociais. Se pretendem exibir ou conceder benefícios sociais desagravem os preços dos transportes colectivos urbanos e sub-urbanos e com isso poderão, se o desejarem cobrar portagem pelos acessos a Lisboa, Porto e outras cidades que o justifiquem...
Antes de seguir em frente, uma pequena marcha pela nacional cento e picos. O vai e vem começou a seguir ao businão na ponte. Uma manif de protesto por mór do aumento da portagem, logo apoiada pelo PCP, levou o PS a reboque. Foi um sucesso. Até então as diferentes greves não aqueciam nem arrefeciam. A Esquerda clamava por imensas adesões e o governo limitava a minúsculas percentagens. O businão surtiu efeito e obrigou o governo de Cavaco Silva a recuar. O que estava em causa era a forma como estava a ser construida a Vasco da Gama. Uma espécie de scut: ponte construida sem custos para o governo. O construtor construia uma ponte e explorava duas, durante uma porção de anos.
Foi então que do lado do PS começaram as críticas à política de asfalto do governo da direita, tanto mais que Cavaco Silva aparecia com a auto-estrada Viana-Porto à borla e um troço de Abrantes a Torres Novas, que deveria prolongar-se até Peniche e no entretanto sem custos.
Mas o pomo da discórdia passou a ser a CREL, que abriu com portagem. Defendia o PS que a CREL era uma rua urbana e que, portanto, não devia pagar.
Seguem-se eleições e o PS volta ao poder e sente-se obrigado a cumprir promessas feitas no ar.
Quer abulir a portagem na CREL, mas esbarra na BRISA, que apresenta a factura da obra. Era esse, pois o problema, que não havia sido equacionado pelo simpático ministro Cravinho. Os troços de auto-estrada sem portagem foram obra da JAE, do Estado, por conseguinte. Os troços com portagem eram obra das concessionárias, que entretanto passaram a ser mais do que uma e sujeitas a concurso público.
O que o governo de Guterres teve de fazer, para salvar a face, foi pagar a portagem de todos os veículos que circularam na CREL. Aliás, do mesmo jeito que fez com a Lusoponte, renegociou o contracto, prolongando o prazo, de modo a sustentar o agravamento de custo na Ponte, até que o comboio começasse a circular.
O problema mantém-se. Registe-se que a CREL é paga pelo utilizador e já lá vão três meses de novo governo socialista. Mas, atenção, também o ministro de Santana Lopes se propunha introduzir portagens na Viana do Castelo-Porto, na algarvia do Infante e na de Abrantes, estendida até à Guarda. A questão não é apenas saber quem paga, como se paga, mas a quem se paga? E porquê?
Podemos olhar o exemplo dos vizinhos. A Espanha construiu inúmeras auto estradas sem custos, mas fez também algumas com portagem. Também certamente teve mais e melhores apoios comunitários. Aproveitou-os bem. Ainda não os ouvi discutir sobre quem paga ou não paga, e eles também têm mudado de cor governativa.
O défice que anda na carteira do dr. Constâncio não resulta, estou em crer, de meia dúzia de quilómetros de asfalto de luxo; nem procurem motivações sociais. Se pretendem exibir ou conceder benefícios sociais desagravem os preços dos transportes colectivos urbanos e sub-urbanos e com isso poderão, se o desejarem cobrar portagem pelos acessos a Lisboa, Porto e outras cidades que o justifiquem...
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