quinta-feira, maio 26, 2005

Fim de Dia

Recordo o 25 de Maio. "Dia de África". Simbolicamente, ao que parece, uma amiga muito querida resolveu deixar-nos. Todos os anos me lembro da notícia a martelar-me a cabeça. Sempre me pergunto porquê no dia de África? Seria o anúncio do que está a acontecer com o "Continente do Futuro"?. Hoje, pela primeira vez, em 20 anos, falo disso publicamente. É a minha homenagem à "Cacula"
Fim de dia, em 2005: um amigo (daqueles a sério) telefona-me e diz-me que o BES explica no Diário de Notícias, em duas páginas, a sua posição sobre a situação da Companhia das Lezírias.
Já depois das sete da noite - para aí uns cinco minutos - desço à rua, em Lisboa, à procura de uma tabacaria onde possa comprar o jornal, depois de verificar que na edição electrónica do jornal não estava a tal explicação.
Os pequenos comerciantes queixam-se todos da vida , que está má e mais que isto e mais que aquilo, mas numa zona da capital, com uma vida particularmente intensa à hora do jantar e posteriores, as tabacarias fecham às 19 horas. Direitos - dizem. Então , mas no comércio não se devem procurar os clientes ?. Enfim... lá subo para casa a pensar nas informações do meu amigo: o BES afirma não querer nada comprar a Companhia das Lezírias às fatias, que tudo aquilo era deles antes do 25 de Abril, que nunca foram ressarcidos, etc., etc.
O meu amigo também não deixou de me fazer notar que todos os governos têm - sempre - um ou dois, ou mesmo mais - ministros que vêm do Grupo BES.
Continuo a pensar: se a companhia das Lezírias era deles e não lha pagaram, foram muito bem pagos por outras formas. Já são quase donos de tudo e não dão a cara para nada. A cobardia é a marca Salgado (BES) - mesmo hoje, com o anúncio das medidas de austeridade do governo PS.
Não vi nada que possa afectar o dr. Ricardo Salgado e seus pares - ou mesmos os seus lacaios, como Hortas e Costa e Cª..
No fundo, vai ficar tudo na mesma e o Ricardo Salgado ou um dos seus filhos vai, um dia destes, ficar dono de tudo. Espero que nessa altura pague impostos para sustentar a terra e as gentes. O melhor mesmo é entregarmos já tudo e fugir para Espanha, onde, segundo o dr. Catroga - que, de acordo com informações difundidas pela imprensa há uns anos, tem uma reforma de 3.000 contos e agora vai para a Televisão dizer que o Estado está "gordo"- se está muito bem.
Juntemo-nos a Olivença e apreciemos, do outro lado, o reinado dos Ricardos Salgados. Afinal, em Portugal - está provado - o problema são as pessoas, que não têm alternativas ao pagamento de impostos.
Seria interessante dar a todos os cidadãos a possibilidade de, voluntariamente, pagar os seus impostos, tal como se dá às empresas. Cada um de nós apresentava as suas contas de vida e, do que sobrasse, pagava o respectivo imposto. Tal como fazem as empresas, a coberto das quais vivem os Ricardos Salgados deste país

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