segunda-feira, maio 23, 2005

Casa Pia e a "Gagá" de Serviço

Na Casa Pia, cuja importância no ensino em Portugal está a ser obnibulada pelo julgamento da pedofilia, estão a acontecer casos estranhos e seria, talvez, importante, que o actual ministro da tutela, dr. Vieira da Silva ( um homem à prova de qualquer juizo menos pesado) desse mais atenção a algumas vozes ( ainda poucas, porque o medo é muito) discordantes.

A questão é que existe um projecto de redifinição e não apenas de reestruturação da obra casapiana, apresentado por uma comissão presidida pelo engº. Roberto Carneiro, com muitos amigos e muitos filhos e com uma compreensível apetência por novas formas de recolha e distribuição de rendimentos.

O projecto consiste na transformação da Casa Pia numa Fundação de direito privado (quem fôr capaz que faça as contas ao património envolvido) e na redução do papel educativo dos diversos colégios que constituem a Casa Pia, retirando-lhe a mais importante função para que, afinal, foi criada: receber e educar crianças em estado de carência (seja ele qual fôr).

A verdade é que este projecto tem a oposição de grande parte dos grupos que, de uma forma ou de outra, têm ligações institucionais com a Casa Pia, quer se trate de sindicatos ou de associações de pais dos alunos, quer mesmo dos ex-alunos, que se constituem como um órgão de grande prestígio na vida daquele estabelecimento.

Todos eles têm tentado o diálogo com a sua actual provedora, a drª. Catalina Pestana. A todos ela responde de forma malcriada, "aos berros", dizendo-lhes que o que eles querem é lançar "fumo para cima do julgamento da pedofilia", assunto em que ela está particularmente interessada, já que não fala de outra coisa e não se preocupa com mais nada.

Na última reunião que a Associação de Pais da Casa Pia conseguiu fazer com ela, os seus membros foram insultados e invectivados com mimos como este : " eu estou velha, mas não estou gagá...então vocês julgavam que por ter mudado o governo eu ia sair? Vou estar aqui até eu querer..." E outras coisas do género.

E depois... há mais: nenhum órgão de comunicação social se atreve a agarrar neste assunto: uns porque o projecto da fundação interessa aos patrões e outros porque "Casa Pia só vende com pedofilia".

Haja alguma vergonha.

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