Não basta dizer que este é um "governo de negócios". É preciso revelar algumas evidências.
Aí vão: o Ministério da Agricultura, por exemplo, tem um ministro de quem se falou apenas como funcionário da União Europeia. E o aparelho administrativo do ministério, quem o controla? Capoula Santos. Já não precisa dar a cara. Faz como o Ricardo Espírito Santo.
Claro que ainda vai ter que aprender muito, mas o princípio é o mesmo. Também não foi o Ricardo que mandou fazer o chamado massacre da baixa de Cassange ( um pequeno avião que lançou umas granadas defensivas para cima de um grupo de trabalhadores da CADA, uma empresa da família), mas ele aprendeu o suficiente para vergar a Companhia das Lezírias e gizar um plano para ficar com a terra em seu benefício.
Outro Exemplo: o Ministro das Obras Públicas, que ainda agora chegou e já está a defender uma ponte que passe por Benavente, com combóio e tudo. Está-se mesmo a ver que é, outra vez, o Espírito Santo a querer um transporte rápido junto aos seus empreendimentos turísticos e imobiliários.
Outro exemplo: a Televisão virou o negócio da fancaria. Não se pode ver. Nem os canais abertos, nem o cabo. Quem está por detrás disso?: Pinto Balsemão, Almerindo Marques, Paes do Amaral e Zenal Bava.
O primeiro já vendeu tudo quanto podia vender e agora continua a pressionar toda a gente que pode pressionar (enfim, pode chamar-se outra coisa a este pressionar...)
O segundo é um boçal que transformou a RTP e a RDP num mercado abastecedor de miséria cultural e informativa.
O terceiro, em nome dos negócios que iria fazer com o governo de Santana, despediu o amigo Marcelo; antes tinha feito todos os negócios possíveis com os colombianos.
Zenal Bava é um financeiro com ambições, quer ser presidente da PT e não percebe a ponta de um corno de televisão.
Todavia, o ministro Augusto Santos Silva está satisfeito com a política de Televisão que se desenvolve neste momento no país. Apesar de o seu primeiro-ministro ter assente todo o programa de governo no chamado "choque tecnológico".
Daaaa! Eiiii!!! seus idiotas, como é que se pode levar a cabo um choque tecnológico com uma indústria audio-visual entregue a meia dúzia de homens de negócios verdadeiramente trogloditas??
Ainda não entenderam que o tal choque tem que começar por uma informaçãop cultural activa, actual e dinâmica, capaz de celindrar homens com Balsemão Almerindo, Amaral e Bava?
Estas são algumas das razões por que considero que o primeiro-ministro é um homem com medo. As outras prendem-se com o facto de começar a governar com os mesmos argumentos de Durão Barroso e Manuela Ferreira Leite. Felizmente ainda não chegou ao período social-democrata seguinte, mas temo que lá chegue.
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