Chega carta de uma amiga( carta...imagine-se!!!). Triste comigo. Que perdi a esperança, o humor, que "distribuo chapada a torto e direito..."
A carta da minha amiga faz-me pensar: é verdade que tenho o mesmo desembaraço na escrita, mas já não são as mesmas palavras que me rodeiam. Algumas sumiram-se de todo e outras, quando reaparecem, é por pouco tempo; assim como flash de fotógrafo, quando muito relâmapago de trovoada, em noite de Deus zangado - sem saber muito bem para que fez o Mundo:se para se comprazer e deliciar-se com a obra ou ficar todos os dias, a cada hora, em cada minuto, no tempo que ele próprio inventou, a cuidar das criaturas com que o povoou.
Enfim...desatinos.
Desatinos de fim de semana de quem tem alguma dificuldade em perceber os caminhos propostos: escola de Salazar, igreja de PioXII, guerra de Salazar, proposta de salvação de João XXIII, de Paulo VI; revolução de Abril, morte (assassinato?) de João Paulo I; democracia, corrupção a crescer como cogumelos - João Paulo II, George Bush, Guerra do Iraque, o Mundo a dividir-se; Bento XVI.
Para trás, " não faças a guerra, faz Amor", flores, a caminho de S. Francisco, os amigos mortos nas guerras que não eram do Salazar, nem dos Pios, ou dos João Paulo. Para trás fico eu e a minha amiga escandalizada (mas ainda doce, ainda amorosa) por não perceber a nova eficácia da minha escrita.
Minha amiga, as minhas palavras já não são eficazes. Já ninguém as percebe. Este já não é o tempo das palavras, mas a era dos dicionários.
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