Nesta fase de pré-campanha eleitoral os políticos vão enchendo os ouvidos dos eleitores com palavras sonantes: Cidadania é uma delas. E a seguir, juntam-lhes uma outra: os excluídos. Seria bom que atentassem devidamente nos conceitos que estão por detrás delas. É que a gente que vem tomando conta do país deixou de reconhecer o direito à cidadania a muitos cidadãos: aos que foi despedindo, pura e simplesmente e aos que foi atirando para situações de pré-reforma, de reforma antecipada e outras situações ainda mais segregadoras.
Num tempo em que a esperança de vida tem subido, numa altura em que os sistemas de segurança social, por efeito das medidas que os descapitalizaram, ameaçam não ter capacidade para cumprir os compromissos assumidos com os cidadãos que os sustentam, os donos do país formam regimentos de excluídos, recorrendo às chamadas reestruturações de empresas, isto é, à elaboração de "projectos ambiciosos", que se resumem, em alguns casos, a mandar para casa alguns milhares de trabalhadores.
Deste modo, o país tem uma grande parte da sua capacidade humana na ociosidade, no desespero e as empresas vivem o drama de terem gente muito jovem mas sem experiência e sem conhecimento da realidade em que se movimentam, mas com características importantes: são primos do cunhado do motorista de sua excelência...
Estes donos do país fazem lembrar a colonização britânica na Austrália, que excluiu de todo e qualquer processo de produção os aborígenes. Mas, atenção: foi o PS que abriu as portas ao processo.
Sem comentários:
Enviar um comentário