A vida dá muitas voltas. Umas esquecem-se, mas outras são como que marcadas a fogo na memória de quem as deu. Viver numa sociedade em que não se sabe muito bem quem manda, se o partido no poder, se o Estado, é uma delas
Hoje assaltou-me um temor ao ver um homem, com uma gravata flamejante, chamado Relvas, a falar em nome do PSD e a desmentir uma notícia que dizia respeito ao governo.
Garantia o sr. Relvas que a notícia publicada pelo "Diário Económico", segundo a qual o governo tinha protelado o pagamento dos subsídios de desemprego e de saúde até ao início do próximo ano, para, dessa maneira, equilibrar ainda mais o défice, era mentira e quase insultava o jornal que a tinha publicado.
O que é que o sr. Relvas tem a ver com o assunto? Porquê um desmentido tão veemente?
Não sabe o sr. Relvas que o truque já é velho e que até algumas empresas cotadas em bolsa, que não podem deixar de pagar aos seus fornecedores no prazo máximo de sessenta dias, deixam de cumprir os seus compromissos a partir de Setembro para, dessa maneira, enganarem sobretudo os accionistas, que, depois, sancionam os chorudos prémios que os administradores distribuem entre si?
Teve azar o governo e foi apanhado em mais uma trapalhada. E o que é que o PSD e o seu secretário geral têm com isso? Estamos a caminho de um regime ML, de partido único, em que o partido manda no Estado? Se assim é, avisem com antecedência, porque a emigração não está fechada para todos os lados e ainda há uns onde se pode viver, sem a escravatura do capital e sem a ditadura do proletariado.
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