Sou um apaixonado pelo futebol mas não consigo ler os jornais desportivos ( que são, de facto, jornais de futebol) e abomino as longas horas de conversa, quer na Rádio, quer na Televisão sobre o futebol. Mas, a verdade é que perante o verdadeiro bombardeamento noticioso sobre a "operação apito dourado" não posso ignorar as sua razões: alegadas pressões ou mesmo acções de corrupção sobre os árbitros.
Desde que me conheço que existe esta desconfiança. Ela vem de tempos em que todos os poderes eram autocráticos, totalitários, ditatoriais, etc. Aos árbitros não seria possível, sequer, sugerir a sua libertação dos esquemas apertados de controlo das entidades tutelares. Ora, a verdade é que, também alegadamente, vivemos em democracia há mais de trinta anos e, por isso, não faz sentido que não sejam os árbitros a regular a sua vida, a eleger os seus órgãos directivos a instituir os seus métodos de avaliação, a estabelecer o preço da sua colaboração, a decidir sobre se continuam como prestadores de serviços a um sector completamente profissionalizado, na condição de amadores.
Será que os árbitros têm interesse em continuar tutelados? Ou, pelo contrário, as várias tutelas desejam continuar a desenvolver alegadas pressões ou mesmo acções de corrupção sobre os árbitros.
Que diabo! Libertem os árbitros ! Ora aqui está um tema a sério para os jornais ditos desportivos e que apenas falam de futebol - bem como para preencher pelo menos uma das intermináveis horas que nas Rádios e nas Televisões se gastam a discutir o Benfica, o Sporting e o Porto - porque dos outros também não se fala.
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