Um aeroporto na OTA e um TGV na rua da Betesga. Foi um foguete para bulir com as almas penadas, para desviar os jornais das greves e dos aumentos que estavam a chegar. Era e é necessário retomar o caminho, antes que a Auto-Europa vá à vida. E como os tesos nem água bebem, a Espanha já começou a desviar o caudal do Tejo. Que fazer?
Habituemo-nos.
Lisboa dispõe de um aeroporto especial: literalmente dentro da cidade. Habitualmente considera-se essa situação desapropriada. Será. Mas no caso de Lisboa dá jeito. Diria melhor: no caso português dá um jeitão. Se a Portela pudesse ter um acessório escorreito na OTA seria excelente. Se o governo, encostado aos problemas económicos, quisesse reduzir a aerogare de Sacavém a uma espécie de estação de Metro-aéreo, isto é funcionando apenas para voos de e para a Europa, durante o dia, fechando à noite. E por falar de Metro, se a rede deste chegasse à Portela, por baixo, que festa seria!
A OTA podia ser uma realidade interessante, recebendo tráfego intercontinental e nocturno. Um aeroporto amplo, limpo, sem excessos de luxo.
Mudar pura e simplesmente da Portela para a Ota para um projecto grandioso, só porque é caro? Parece excessivo para os tempos que correm, tanto mais que aglutinaria necessariamente
outros investimentos em ligações rodoviárias e ferroviárias, deixando para trás outras zonas do país.
Aliás, para um país tão pequeno a rede ferroviária é estranhamente escassa e de má qualidade. Quem quis visitar a exposição do DN, relativa aos 140 anos de existência teria tido oportunidade de constatar o ritmo espantoso para a época da construção do caminho de ferro e a forma rápida como se expandiu. Com o fim da guerra 39/45 a industria automóvel, com lobbies poderosissimos pressionou os estados para o desenvolvimento das redes de estradas e auto-estradas, sempre e mais, sempre mais, defendendo que o comboio já não respondia às necessidades de desenvolvimento. Foram 30 e picos anos que quase puseram de lado o tráfego ferroviário na Europa ocidental. Até que a Alta Velocidade recuperou para o comboio o antigo fascínio.
Não foi ainda o caso português. A recuperação tem sido lenta. Fala-se por aí de TGV, mas sem referir que, por exemplo as ligações a Madrid ou a Irun se fazem por vias únicas. As linhas não suportam velocidades. Só devagar, devagarinho ou quase parado. A linha do norte tem troços melhores e dispõe de comboios capazes de ligar Lisboa ao Porto em 2 horas, claro que tem, mas a linha não dá. Em muitos casos não chega só mudar a linha, é preciso quadriplicar ou criar caminhos alternativos.
Há quase tudo por fazer. Por ora só podemos sonhar. Tempos houve que só de burro se levava a água ao moínho. Ainda assim e como estamos em tempo de férias, aproveitem um pequeno passeio pelo passado. Façam uma viagem curta pela linha do Tua e pasmem, que hão-de gritar de medo ao ver um minúsculo comboio a rir-se da ferocidade fascinante do Marão...
Habituemo-nos.
Lisboa dispõe de um aeroporto especial: literalmente dentro da cidade. Habitualmente considera-se essa situação desapropriada. Será. Mas no caso de Lisboa dá jeito. Diria melhor: no caso português dá um jeitão. Se a Portela pudesse ter um acessório escorreito na OTA seria excelente. Se o governo, encostado aos problemas económicos, quisesse reduzir a aerogare de Sacavém a uma espécie de estação de Metro-aéreo, isto é funcionando apenas para voos de e para a Europa, durante o dia, fechando à noite. E por falar de Metro, se a rede deste chegasse à Portela, por baixo, que festa seria!
A OTA podia ser uma realidade interessante, recebendo tráfego intercontinental e nocturno. Um aeroporto amplo, limpo, sem excessos de luxo.
Mudar pura e simplesmente da Portela para a Ota para um projecto grandioso, só porque é caro? Parece excessivo para os tempos que correm, tanto mais que aglutinaria necessariamente
outros investimentos em ligações rodoviárias e ferroviárias, deixando para trás outras zonas do país.
Aliás, para um país tão pequeno a rede ferroviária é estranhamente escassa e de má qualidade. Quem quis visitar a exposição do DN, relativa aos 140 anos de existência teria tido oportunidade de constatar o ritmo espantoso para a época da construção do caminho de ferro e a forma rápida como se expandiu. Com o fim da guerra 39/45 a industria automóvel, com lobbies poderosissimos pressionou os estados para o desenvolvimento das redes de estradas e auto-estradas, sempre e mais, sempre mais, defendendo que o comboio já não respondia às necessidades de desenvolvimento. Foram 30 e picos anos que quase puseram de lado o tráfego ferroviário na Europa ocidental. Até que a Alta Velocidade recuperou para o comboio o antigo fascínio.
Não foi ainda o caso português. A recuperação tem sido lenta. Fala-se por aí de TGV, mas sem referir que, por exemplo as ligações a Madrid ou a Irun se fazem por vias únicas. As linhas não suportam velocidades. Só devagar, devagarinho ou quase parado. A linha do norte tem troços melhores e dispõe de comboios capazes de ligar Lisboa ao Porto em 2 horas, claro que tem, mas a linha não dá. Em muitos casos não chega só mudar a linha, é preciso quadriplicar ou criar caminhos alternativos.
Há quase tudo por fazer. Por ora só podemos sonhar. Tempos houve que só de burro se levava a água ao moínho. Ainda assim e como estamos em tempo de férias, aproveitem um pequeno passeio pelo passado. Façam uma viagem curta pela linha do Tua e pasmem, que hão-de gritar de medo ao ver um minúsculo comboio a rir-se da ferocidade fascinante do Marão...
1 comentário:
e o pais segue dentro de momentos...
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