sexta-feira, julho 29, 2005

O Meu Mundo

Deixei de ver televisão. De ler jornais. Ouço a antiga Luna e CD's, no carro ou na aparelhagem em casa. Tenho na cabeça o horário das crónicas do Fernando Alves. Se estou acordado, ouço. Se não, procuro, depois, na NET, pedindo a Deus que aquela geringonça funcione. Deve trabalhar com pouca gente e a recibos verdes, à moda da Lusomundo, isto é da PT.
Apesar de tudo não posso deixar de me arrepiar com as notícias que pressinto sobre os incêndios, ano após ano. Faz lembrar uma das sete pragas do Egipto a desabar sobre as nossas cabeças. Uma praga noticiada com foros de bravura, heroísmo e outras coisas semelhantes.
Os jornais vendem com fotografias espectaculares de incêncios, as televisões não podem gastar dinheiro noutro tipo de investigação e as rádios aproveitam os correspondentes locais, pagos a títulos de refeição para umas tiradas mais ou menos dramáticas sobre as chamas que " quase atingiram a habitação de uma pobre senhora velha e tetraplégica".
A merda dos jornalistas que hoje temos ainda não percebeu que por cada incêncio combatido por não seis quantos homens e viaturas, mais uns tantos helicópteros pesados e aviões canadairs, custam um pipão de massa e dão origem a um negócio.
Sabem qual é um dos negócios mais rentáveis da Lusomundo? é o da venda de pipocas. São não sei quantas toneladas de milho vendidas por ano, mais umas quantas de açucar.
Os jornalistas que a merda deste país hoje tem ainda não conseguiram investigar o reoordenamento da propriedade, que passou do minifúndio para o latifúndio na zonas ardidas até há dez anos.
Os homens dos microfones, da caneta e das câmaras ainda não conseguiram explicar por que razão nessas zonas impera o eucalipto e lá não há incêncios. Não conseguiram, sequer, explicar as razões por que esses eucaliptais estão limpos elivresde incêncios, com vigiância aturada.
Um dia destes, não se esqueçam de vir escrever, gritar e filmar que " o que é bom para o país é o eucalipto".
Já agora, juntem-se aos militantes das várias organizações ambientalistas e que, de uma maneira geral, são pagos a peso razoável, como consultores das empresas detentoras da nova propriedade florestal de Portugal.
Peço desculpa! Esqueci-me que tinha abandonado este estilo! Mas, um homem não é de ferro! E o Meu Mundo parece querer cair-me em cima da cabeça

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