sexta-feira, julho 08, 2005

MISTÉRIOS URBANOS

Hoje abri o envelope da Epal. Raramente me dou a tal incómodo, deve ser por mór da depressão.
Não esperava encontrar grandes alterações no valor da factura da água. Valor que cresce com aborrecida frequência. Mas hoje dei-me ao cuidado de ler o resumo, nem sei se por qualquer resquício masoquista. E pasmei!
A água consumida em casa valia 0,88 euros. Não se pode dizer que fosse caro, mesmo dando de barato que a casa está quase sempre vazia e o neto que de vez em quando lá dorme não é muito de banhos. Mas o total da factura atinge os 11,85 euros! Espantoso! Por me vender água, a Epal cobra 6.71 euros. A CML, essa, arrecada 3,88 euros, que divide entre Saneamento Fixo (2,01 euros), Saneamento Variável (1,23 euros) e Adicional (0,64 euros).
Saneamento Fixo suponho saber o que seja; Saneamento Variável creio ser o saneamento que umas vezes não há e outras não é preciso; Adicional presumo ser como a tasca do galego, no antigamente lisboeta, que no fim da conta do almoço, botava sempre «a.v.s.p.» 12 tostões. Um dia um cliente reparou na parcela e perguntou o que aquilo queria dizer e o tasqueiro explicou:
«a ver se passa»...
Para completar a factura faltava o IVA (0,64 euros), que surge numa rúbrica alucinada: Serviços
Prestados (?) , talvez o incómodo de contar as moedinhas...
Concluindo. Ainda eu me preocupo em não fazer negócios com ciganos! E isto com uma empresa pública! Estava outra vez enganado. Não é pública porra nenhuma. É simplesmente Empresa Portuguesa de Águas Livres, sociedade anónima. Ocorre-me à memória um amigo fixe, que já lá está,muito apreciador de tinto alentejano, mas que também bebia branco, além de algumas aguardentes, me ter dito uma vez, quando me viu tomar um comprimido: «Olha, meu filho, quem bebe água merece tudo o que lhe aconteça».
Parece que sim!...

Sem comentários: