quarta-feira, julho 06, 2005

FAZ DE CONTA

De facto, é a falar que a gente não se entende. Foi só um pedaço. Ao fim do dia já não há paciência. Apanhei Vitorino no caminho e o assunto era o perdão das dívidas aos países africanos.O estratega socialista é um bom conversador, sabe do que fala e, sobretudo, sabe falar. E também sabe, olaré se sabe, não falar do que não deve. A jornalista, claro, queria empurrá-lo para a velha questão: os africanos passam fome, têm imensa Sida, quer dizer são imensos milhões com a doença. Mas têm líderes ultra milionários. E muita da ajuda internacional foi parar aos bolsos dos ditadores.
António Vitorino sorriu, com um sorriso muito simpático, disse um pois é, mas...
O que um simples mas, pode ser venenoso. A corrupção, explicou, não esteve apenas nos que receberam, também foi dividida por alguns dos que deram!
Pessoalmente sempre acreditei que a corrupção é como a água benta. Um corrupto teve de ser corrompido senão não é corrupto nem é nada.
Para dourar melhor a pílula ele acrescentou que, desta vez, o plano de ajuda humanitária terá observadores atentos. Se forem suficientemente atentos talvez possam compreender como um país com jazidas de diamantes e com petróleo tem gente a morrer à fome.

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