É um saloio citadino. No antigamente quase todos nós tinhamos rótulos. Quando ainda não havia máquinas de lavar roupa em profusão havia as lavadeiras de Caneças, que lavavam a roupinha no rio e a botavam a corar ao Sol. A Beatriz Costa é que sabia contar isso bem. Sou do tempo em que muito boa gente ia a balneários lavar-se, as casas de banho eram como os Mercedes Benz, só para alguns, os outros andavam de balneário.
E, ontem, creio eu, ouvi uma ministra falar de medidas, pelo menos disse coisas desmedidas, tais como pode pagar-se o carregamento do passe nos colectivos, no Multibanco ou coisa do género. Veem? Não há como ser urbano. Nenhum dos rapazes repórteres se lembrou de aproveitar para perguntar à senhora por que carga de água um sujeito (ou sujeita) tem de pagar tanta massa pelo dito passe - e não estou a falar da mensalidade, estou a referir o preço da Lisboa-viva. Essa malta dos jornais, que perde tanto tempo a falar de direitos adquiridos e por adquirir, quando quer servir-se do «metro» ou de machimbombos sujeita-se a tudo, para poupar algum. Mas o cartãozinho é caro e tem validade curta. Não faz mal, depois compra outro. Mas não é só ter direito a pagar adiantado um serviço que muito deixa a desejar. É que para obter o cartãozinho,
tem de preencher um formulário, botar o nome, o nº do BI, a idade, a profissão, o telefone, a morada, a frequência de visitas que efectua à vizinha ou à irmã dela, esta parte parece que está a mais...
Mas que direito, senhora ministra e senhores ministros e senhores juizes prestes a ir de férias, mas que direito, ia dizendo, têm as transportadoras de ter acesso, com caracter obrigatório, aos dados pessoais de cada um de nós? A que propósito lhes é facultado, de borla, o que se chama uma base de dados e qual a finalidade? Como é que o governo (os governos presentes e próximos passados) autorizam essa devassa e que uso fazem dela?
Nada disto é explicado. Nada disto é justificado. Apesar disto ser abusivo, ilegal e possivelmete criminoso.
Como o governo (os governos) é distraído posso lembrar que nada disto é prática corrente nos países civilizados, perdão, queria dizer europeus e similares, à excepção deste pedaço, a Oeste da Europa e juntinho ao oceano.E para não ir mais longe, não é assim em Madrid; não é assim em Paris e nem sei onde é que possa ser.
E ocorre-me uma velha estória, do tempo das lavadeiras de Caneças e das saloias da Malveira.
- Onde é que o senhor mora?
- Moro com o meu irmão...
- Bom! E onde é que mora o seu irmão?
- Mora comigo...
- Gaita!!! Onde é que vocês moram, os dois!?
- Moramos juntos...
Num tribunal, os manos até podiam ser absolvidos. Em Lisboa não terão direito ao Lisboa-viva...
E, ontem, creio eu, ouvi uma ministra falar de medidas, pelo menos disse coisas desmedidas, tais como pode pagar-se o carregamento do passe nos colectivos, no Multibanco ou coisa do género. Veem? Não há como ser urbano. Nenhum dos rapazes repórteres se lembrou de aproveitar para perguntar à senhora por que carga de água um sujeito (ou sujeita) tem de pagar tanta massa pelo dito passe - e não estou a falar da mensalidade, estou a referir o preço da Lisboa-viva. Essa malta dos jornais, que perde tanto tempo a falar de direitos adquiridos e por adquirir, quando quer servir-se do «metro» ou de machimbombos sujeita-se a tudo, para poupar algum. Mas o cartãozinho é caro e tem validade curta. Não faz mal, depois compra outro. Mas não é só ter direito a pagar adiantado um serviço que muito deixa a desejar. É que para obter o cartãozinho,
tem de preencher um formulário, botar o nome, o nº do BI, a idade, a profissão, o telefone, a morada, a frequência de visitas que efectua à vizinha ou à irmã dela, esta parte parece que está a mais...
Mas que direito, senhora ministra e senhores ministros e senhores juizes prestes a ir de férias, mas que direito, ia dizendo, têm as transportadoras de ter acesso, com caracter obrigatório, aos dados pessoais de cada um de nós? A que propósito lhes é facultado, de borla, o que se chama uma base de dados e qual a finalidade? Como é que o governo (os governos presentes e próximos passados) autorizam essa devassa e que uso fazem dela?
Nada disto é explicado. Nada disto é justificado. Apesar disto ser abusivo, ilegal e possivelmete criminoso.
Como o governo (os governos) é distraído posso lembrar que nada disto é prática corrente nos países civilizados, perdão, queria dizer europeus e similares, à excepção deste pedaço, a Oeste da Europa e juntinho ao oceano.E para não ir mais longe, não é assim em Madrid; não é assim em Paris e nem sei onde é que possa ser.
E ocorre-me uma velha estória, do tempo das lavadeiras de Caneças e das saloias da Malveira.
- Onde é que o senhor mora?
- Moro com o meu irmão...
- Bom! E onde é que mora o seu irmão?
- Mora comigo...
- Gaita!!! Onde é que vocês moram, os dois!?
- Moramos juntos...
Num tribunal, os manos até podiam ser absolvidos. Em Lisboa não terão direito ao Lisboa-viva...
1 comentário:
Delicioso texto, Rafael!
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