A propósito dos ataques terroristas e dos perdões de dívidas aos africanos dei comigo a pensar nos perigos que a Europa corre, primeiro, por não ter lideranças credíveis e, depois por se confundir, em termos civilizacionais com os Estados Unidos.
De resto, a falta de lideranças é que permite a confusão civilizacional. Nenhum líder europeu consciente dos valores do seu continente permitiria qualquer confusão com a filosofia belicista, expansionista, verdadeira apologia da terra queimada defendida e praticada por Bush.
A civilização ociental teve já muitas interpretações, a pior das quais era traduzida pela expansão da fé. Hoje, felizmente, a chamada civilização ocidental tem a ver com a defesa dos valores da liberdade individual, garantias de protecção social, defesa dos mais desfavorecidos, dos desprotegidos, velhos e crianças.
São esses os valores da verdadeira Europa, daquela que, sendo velha, mantém uma eterna capacidade de renovação para proporcionar aos seus cidadãos o ambiente, o clima para uma vida tranquila, harmoniosa e onde a igualdade de oportunidades funcione como estímulo de valorização pessoal.
Estes valores não têm nada ver com o neo-liberalismo económico dos Estados Unidos levado ao extremo pela irracionalidade dos conselheiros de Bush e também não se idenficia com a exploração de mão de obra escrava leva a cabo na China, na Índia e em outros locais, que, aproveitando a generosidade da chama "civilização ocidental", entraram na disputa de mercados organizados sem cumprirem, pelo seu lado, nenhuma regra.
Os europeus têm, por isso, que voltar a redifinir-se. Não podemos oferecer o nosso espaço, a nossa organização à conquista de verdadeiras barbáries que escravizam nas suas terras as suas gentes. E neste saco entram, de igual forma os Estados Unidos ( onde a pobreza galopa a olhos vistos), a China e todos os outros.
Assim como também não me parece justo que se perdoe a dívida dos africanos sem critério. Em muitos casos, as dívidas representam o resultado da corrupção dos estados que dizem representar os respectivos povos.
Sejamos exigentes: obriguemos esses governos à prestação de contas.
Provavelmente - dizem alguns - também já é tarde: os chineses estão a atirar dinheiro para cima de tudo quanto pode significar energia.
E donde vem o dinheiro dos chineses? Do seu sistema de exploração desenfreado das mais valias dos seus trabalhadores, escravizados ao peso da necessidade de uma malga de arroz para sobreviver.
Em conclusão: a Europa, por falta de liderança, está a pagar duramente o facto de não se ter prevenido contra estes inimigos poderosos, um dos quais - os EUA - utiliza para sua própria definição, a matriz europeia.
2 comentários:
otimo me ajudou bastante mesmo!venerandoo
isso me ajuda demais em geografia !!!
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