Já escrevi - suponho - que detesto escrever para a gaveta. Por isso, o blogue é óptimo, escreve-se e está publicado. Todavia, agora em viagem, e porque nem sempre é fácil obter ligação à Net, tenho vindo a escrever para "a gaveta", na esperança de encontrar uma ligação. Viena era o "paraíso" prometido. Qual paraíso, qual carapuça. Ainda nós nos queixamos da PT em Portugal...
E hoje não podia deixar de conversar comigo e convosco, depois de ter desabafado no tal computador do hotel, sem acentos e essas coisas todas. Um dia destes irei emendar os erros.
Falemos hoje da Áustria Imperial, isto é do que ficou do Império Austro Húngaro, um verdadeiro império cujos vestígios não podem deixar, ainda hoje, de constituir uma afronta. Se recuarmos no tempo e confrontarmos o luxo em que vivia a corte, quer de Maria Tereza (mãe de Maria Antonieta), quer de Francisco José e Elizabeth (Sissi), com a vida que levavam os camponeses, obrigados a dar os seus dias de trabalho aos respectivos senhores, gratuitamente, além das taxas e impostos que pagavam, obrigações que foram aumentando até ao limite do insuportável, com o único objectivo de sustentar o luxo faustoso de uma corte, não podemos deixar de ficar chocados.
Hoje foi o dia da visita aos palácios. Um espanto. Só a implantação urbanística, ao tempo da sua edificação, longe, e hoje transformada no centro da cidade, a imensidão da área ocupada e a ostentação da arquitectura, me faz sentir como existindo noutro Mundo. Felizmente, não tenho nada a ver com aquilo e a exibição ostentatória de tanto ouro, de tanta prata dourada, de tantas peças de crital e porcelana provenientes de todo o lado, não pode deixar de me transportar para a Áustria de hoje.
Para a exploração misarabilista dos pequenos aspectos de um tursimo de massas, de verdadeiras hordas que enchem por completo, por exemplo, o chamado "Museu de Sissi", onde é exibida até à exaustão a sua silhueta anorética, os seus vestidos de "cintura de vespa" - que ela usou até aos sessenta anos, altura em que foi morta por um louco, à facada.
Os austríacos de hoje, já que vivem de mitos - lá está em exibição parte dos filmes interpretados por Rommy Schneider - podiam, pelo menos, dar-lhe espaço - já que espaço não lhes falta.
Hoje não chovia, o sol aquecia e o museu Sissi estava repleto de excusões de italianos, japoneses e espanhóis. Todos falam alto e - notava-se, pelo menos entre os italianos e os espanhóis, gordura a mais. Estava irrespirável, verdadeiramente claustrofóbico, tanto mais que tem tudo um ar muito escuro, como se o luto ainda permanecesse...
Depois, há o cheiro a estrabaria, que já em Saltzburgo ganha foros de escândalo, o ar cansado, doente mesmo, da maior parte dos cavalos que andam com turistas repinpados a ouvir as explicações de uma guia que lhes explica o modo como S. Magestades viviam.
E ainda os 50 cêntimos por cada vez que se vai a uma casa de banho pública. Não me admiraria que, um dia destes, também começassem a cobrar o mesmo nos museus, já que ali, uma salada de alface misturada com pimentos de várias cores e 50 gramas de atum custa 6,90 €, um verdadeiro roubo.
É verdade que noutros países se verifica o mesmo, o que nos leva a outra questão: os apreciadores de arte pagam um preço demasidao alto para darem vida aos museus: as entradas são sempre caras, e há museus onde um dia inteiro não chega para ver uma parte do que se quer . Portanto, há que fazer um intervalo, pelo menos para almoçar. É aí que aparecem as verdadeiras aves de rapina a complicar as contas.
Aconteceu no Museu das Belas Artes: o número de obras expostas e a sua qualidade deu para um dia - 16 de Agosto. Chovia e ainda bem, mas esquecemo-nos de recorrer ao truque das sandes. Fomos surpreendidos e lá tivemos que dar sustento aos gaviões.
E hoje não podia deixar de conversar comigo e convosco, depois de ter desabafado no tal computador do hotel, sem acentos e essas coisas todas. Um dia destes irei emendar os erros.
Falemos hoje da Áustria Imperial, isto é do que ficou do Império Austro Húngaro, um verdadeiro império cujos vestígios não podem deixar, ainda hoje, de constituir uma afronta. Se recuarmos no tempo e confrontarmos o luxo em que vivia a corte, quer de Maria Tereza (mãe de Maria Antonieta), quer de Francisco José e Elizabeth (Sissi), com a vida que levavam os camponeses, obrigados a dar os seus dias de trabalho aos respectivos senhores, gratuitamente, além das taxas e impostos que pagavam, obrigações que foram aumentando até ao limite do insuportável, com o único objectivo de sustentar o luxo faustoso de uma corte, não podemos deixar de ficar chocados.
Hoje foi o dia da visita aos palácios. Um espanto. Só a implantação urbanística, ao tempo da sua edificação, longe, e hoje transformada no centro da cidade, a imensidão da área ocupada e a ostentação da arquitectura, me faz sentir como existindo noutro Mundo. Felizmente, não tenho nada a ver com aquilo e a exibição ostentatória de tanto ouro, de tanta prata dourada, de tantas peças de crital e porcelana provenientes de todo o lado, não pode deixar de me transportar para a Áustria de hoje.
Para a exploração misarabilista dos pequenos aspectos de um tursimo de massas, de verdadeiras hordas que enchem por completo, por exemplo, o chamado "Museu de Sissi", onde é exibida até à exaustão a sua silhueta anorética, os seus vestidos de "cintura de vespa" - que ela usou até aos sessenta anos, altura em que foi morta por um louco, à facada.
Os austríacos de hoje, já que vivem de mitos - lá está em exibição parte dos filmes interpretados por Rommy Schneider - podiam, pelo menos, dar-lhe espaço - já que espaço não lhes falta.
Hoje não chovia, o sol aquecia e o museu Sissi estava repleto de excusões de italianos, japoneses e espanhóis. Todos falam alto e - notava-se, pelo menos entre os italianos e os espanhóis, gordura a mais. Estava irrespirável, verdadeiramente claustrofóbico, tanto mais que tem tudo um ar muito escuro, como se o luto ainda permanecesse...
Depois, há o cheiro a estrabaria, que já em Saltzburgo ganha foros de escândalo, o ar cansado, doente mesmo, da maior parte dos cavalos que andam com turistas repinpados a ouvir as explicações de uma guia que lhes explica o modo como S. Magestades viviam.
E ainda os 50 cêntimos por cada vez que se vai a uma casa de banho pública. Não me admiraria que, um dia destes, também começassem a cobrar o mesmo nos museus, já que ali, uma salada de alface misturada com pimentos de várias cores e 50 gramas de atum custa 6,90 €, um verdadeiro roubo.
É verdade que noutros países se verifica o mesmo, o que nos leva a outra questão: os apreciadores de arte pagam um preço demasidao alto para darem vida aos museus: as entradas são sempre caras, e há museus onde um dia inteiro não chega para ver uma parte do que se quer . Portanto, há que fazer um intervalo, pelo menos para almoçar. É aí que aparecem as verdadeiras aves de rapina a complicar as contas.
Aconteceu no Museu das Belas Artes: o número de obras expostas e a sua qualidade deu para um dia - 16 de Agosto. Chovia e ainda bem, mas esquecemo-nos de recorrer ao truque das sandes. Fomos surpreendidos e lá tivemos que dar sustento aos gaviões.
1 comentário:
Essa dos preços já era de esperar. O único síto onde o português médio, sem ofensa, pode ter férias é na Índia ou em África... veja-se o nosso primeiro. O exemplo não é o melhor? Paciência.
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