domingo, agosto 14, 2005

A Juventude Polaca

Krakóvia é obrigatório. Perdemos um dia nas minas de sal, mas tivémos que regressar para ver a monumentalidade de uma cidade que foi capital da Polónia durante vários séculos. Tem mais de uma centena de Igrejas, uma catedral um bocado estragada com um mamarracho que lhe plantaram no meio com um caixão de prata contendo os restos mortais de um dos bispos lá do sítio.
Na Catedral reparei no ar dos muitos padres que por lá andam com ar perdido, tristes. Tristes e magros, quase a desaparecer nas batinas que eles ainda usam. Impressinaram-me aqueles padres. Em Krakóvia, o Papa João Paulo II está por todo o lado, em fotografias, em estátuas, ou simplesmente representado por um ramo de flores no palácio do bispo, que ele habitou, quando foi o pastor da cidade.
Porque o tempo não chega para tudo, recorremos a um daqueles carros eléctricos que fazem a chamada volta turística à cidade. Conduzido por uma jovem bem simpática e informada, lá fomos vendo as Igrejas, as praças e as Sinagogas do bairro judeu, que em tempos constituía uma parte da cidade, separada da outra, a católica. Os judeus, que chegaram a ser trinta por cento da população de toda a Polónia, estão agora reduzidos a pouco mais de uma centena. Há números que sempre assustam.
A nossa condutora é estudante e trabalha entre 10 a 14 horas por dia, por um salário que é, concerteza, muito baixo, a avaliar pelo trejeito que fez quando se falou no assunto.
Todavia, tal como o Kuba adora as montanhas e o seu país, ela ama Krakóvia,a sua terra natal e a totalidadeda sua terra, a Polónia.
Esta atitude da juventude polaca não pode deixar de impressionar quem como nós, portugueses, se habituou a ouvir os seus jovens a desdenhar deste tipo de sentimentos e a percebê-los preocupados apenas em consumir.
Depois de visto o castelo, lá voltámos a Milowka, um caminho já conhecido, com duas portagens. Uma paragem em Ziwiec para uma cerveja na cervejaria da fábrica, mas o pessoal lá do sítio nem para nós olhou - à comunista. Espera, se quiseres. Bem diferente do tratamento que recebemos na cervejaria da Budweiser, na República Checa

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