VIVA o 25 de ABRIL!!!
O grito é óbvio. Viva!
Mas, trinta e um anos depois, era natural esperar que a história se virasse para outros ângulos, para os daqueles que, embora gritando VIVA!!!, o tinham que fazer para dentro de um saco, escondidos, porque à sua volta havia medos, angústias, responsáveis por atitudes impensadas, precipitadas e, em alguns casos, por via disso, a tender para o crime.
Refiro os portugueses que viviam nas ex-colónias. Para uns, a Revolução, o golpe de estado, o que quer que seja, era um alívio, o resultado de uma luta que também tinha sido e era deles. Para outros, foi um sobressalto, a evidência de que, afinal, tinham vivido toda a sua vida dentro de uma mentira e agora (então) não tinham saída, ficavam sem rumo. Pior do que isso: não percebiam nada.
Para ambos os grupos, de Lisboa, só chegavam notícias de disparates. Na ânsia de se apresentarem com os governantes mais revolucionários, os homens que iam salvar o Mundo, os responsáveis pela gestão dos negócios do Estado - que interessavam a todos os cidadãos - comportavam-se como os adeptos de um qualquer- Sporting-Benfica e esqueceram a cidade "destruida".
De onde resultou que, nem para uns (os dos Vivas), nem para outros (os das angústias), nada se salvou de tal destruição. Por lá, Portugal morreu mesmo e em seu lugar, com a excepção de Cabo Verde nasceu nada, ou antes nasceu tudo: corrupção, crime, desprezo pelo direito dos outros, etc, etc. E esta realidade nem Bento XVI com toda a sua humildade germânica pode salvar.
De qualquer modo, VIVA o 25 de ABRIL
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