segunda-feira, fevereiro 13, 2006

ABAIXO DE CÃO

Era apenas um pasquim. Passou a escarro. É um nojo. Pior: nem tem direito a existir, apesar do senhor Jorge ter uma ideia obsoleta do que é a liberdade de expressão, escrita ou falada. Fui a Lisboa e vi, à saída do comboio aquela coisa peçonhenta, no meio de jornais e revistas. Nem quis acreditar. A negação completa do que é e como se faz uma notícia sobre um atentado criminoso perpetrado conta uma mulher. Apenas li que um conhecido cadastrado, cujo nome não vi, nem sei se constava do primeira e única página que vi, havia raptado e violado uma mulher, cujo nome e foto eram manchete. É reles. É bem pior que roubar carteiras; é pior que traficar droga. Não há tamanho para tamanha filha de putice.
Se o inquilino de Belém, ilustre defensor da liberdade de expressão, quiser voltar ao assunto aproveite. Lembre que ninguém tem o direito de qualificar o «presumível» criminoso, o qual até ser julgado e «eventualmente» condenado tem direito ao bom nome. As vítimas não! As vítimas servem de pasto e capacho a essa gente foleira que trabalha para alguma imprensa.
É diferente, eu sei, dos bonecos dinamarqueses. Não é a religião, seja qual for, que se põe em causa, mas o efeito que a gracinha pode ter para terceiros e, sobretudo, o aproveitamento vil
que se pode extrair, o que evidentemente se verificou.
Até as vítimas que não foram da Casa Pia merecem respeito. Merecem ser preservadas. Mais do que merecer têm esse direito. Direito legítimo não vende papel. Nem tudo que vende papel se justifica e pode ser aceite, melhor dizendo: tolerado.
O caso de hoje exige medidas. Não folclóricas, nem demagógicas: duras, muito duras. O fecho compulsivo, e definitivo, do pasquim ainda assim seria suave. Director e editor, pelo menos, deviam ser banidos da Informação. Pocilga com eles.

2 comentários:

Kaos disse...

Infelizmente vivemos num país com muitos pasquins. No seu artigo não refer o nome pelo que fiquei na dúvida a qual se referia.

http://wehavekaosinthegarden.blogspot.com/

CN disse...

no caso que refere, receio que a vitima se tenha posto a jeito... já deu demasiadas entrevistas sobre o assunto... não se coíbe de emprestar fotos dela, dos filhos, dos ex-maridos... não percebo onde quer chegar, sinceramente. só se for um exercício de auto-punição... mas não precisava de arrastar outros consigo, como me parece que está a fazer. enfim, uma tragédia ~pessoal muito difícil de avaliar para quem está de fora, como eu.