segunda-feira, fevereiro 06, 2006

PIROTECNIA

Se sobrar um bocadinho já deverá estar cheio, se eu lá chegar... Assim como assim os filmes tem de ter um fim e o nosso vai acabar cheio de fumarada e com o que sobrar do Globo a cheirar mal!
Com os pobres a deixar de precisar e os ricos a carpir. Não me compreendam mal. Não estou de mau humor, nem sequer chateado. Já tenho idade para estar conformado, mas não sou vaidoso a ponto de acreditar que comigo Irão todos embora.
O que acontece é que cada vez mais percebo menos. Não percebo a razão pela qual os iranianos não podem armar uma bomba atómica. Ou duas! Se os outros têm porque carga de água eles não podem ter?
Podemos lembrar que as únicas que, ainda fresquinhas, cairam sobre cabeças de gente eram americanas!
E não foi por boa causa. Não foi para pôr termo à guerra, como se pretendeu fazer crer. Os japoneses já andavam a tentar junto da diplomacia europeia a rendição, mas os americanos
estavam desesperados por experimentar o novo brinquedo e com isso impressionar os chatos dos russos.
Impressionados ou não, os russos não perderam tempo. Também tinham prisioneiros eruditos e sabiam comprar ambiciosas criaturas. Com bombas dos dois lados a ameaça reduzia-se. Mas depois os ingleses; mas depois, os franceses... e depois outros...e outros. E as experiências calamitosas e irresponsáveis! Perdemos um fotógrafo por causa disso. Estava, com o seu aparelho-photo, num barco pacifista, que denunciava a ameaça anti natura. E o barco explodiu. Um par de secretas gauleses pouco dotados deixou tantas pistas que foi capturado. E foi julgado e condenado. Nunca soube o que aconteceu ao macho, mas a fêmea foi para uma ilha, onde podia ter visitas e onde engravidou e com esse suplemento humanista foi autorizada a ir cumprir o resto da pena na sua terra natal, onde, bem entendido, não cumpriu nada!...
É esta gente criteriosa, pacifista, civilizada que dá bafo sobre a conduta dos outros. E como pacifistas e civilizados «somos nós todos ou ainda menos», apreciamos a liberdade de expressão
«desde pequenos». Vai daí toca a fazer bonecos. Acredito piamente que qualquer dinamarquês tenha o mesmo direito a ser estúpido como qualquer vizinho dele, mais ou menos distante. Podia-se limitar a ser contra o aborto. O problema é que o «plástico» de pasquim é irresponsável e não pode ser responsabilizado. Em vez de fazer bonecos podia vir para a Televisão lusitana ou para o «Diário de Notícias» e outros sítios onde a estupidez desaforada
não paga imposto. Pessoalmente não tenho a mais pequena simpatia pela religião, qualquer que seja. Temos boas razões de queixa da ocidental para nos permitirmos criticar a dos vizinhos.
Acho que sim. Acho que está a chegar a hora. As civilizações não são eternas. Se ainda houver espaço para outra, que seja fina e saiba de paz...

1 comentário:

Terra disse...

Venho sempre. Hoje fiquei um pouco mais e leve um pedaço para "casa".
Vivo preocupada com o mundo que deixamos às gerações seguintes. Há que intervir o mais activamente possível. É preciso acreditar que as mentalidades podem ser mudadas.